25 de janeiro de 2013

Amar ao próximo como a ti mesmo

O nascimento de Jesus, Lucas 2:1-7


Naqueles dias, o imperador Augusto publicou um decreto, ordenando o recenseamento em todo o império. Esse primeiro recenseamento foi feito quando Quirino era governador da Síria. Todos iam registrar-se, cada um na sua cidade natal. José era da família e descendência de Davi. Subiu da cidade de Nazaré, na Galileia  até a cidade de Davi, chamada Belém, na Judeia, para registrar-se com Maria, sua esposa, que estava grávida. Enquanto estavam em Belém, se completaram os dias para Ao parto, e Maria deu à luz seu filho primogênito e, envolvendo-o em faixas, reclinou-o num presépio, porque não havia lugar para eles na hospedaria.


José e Maria eram judeus e observavam os costumes de sua nação. Tendo Jesus a idade de 6 semanas, eles O apresentaram ao Senhor, no templo em Jerusalém. Essa prática estava de acordo com uma lei que Deus havia dado a Israel.

Nos dias de Jesus os judeus davam muita importância à educação dos filhos.Suas escolas eram anexas às sinagogas ou casas de culto; os mestres denominavam-se rabinos, e eram pessoas que se supunham dotadas de cultura. Jesus não frequentou essas escolas, porquanto ensinavam muitas coisas que não eram verdadeiras. Em vez da Palavra de Deus eram preceitos dos homens que ali estudavam, e muitas vezes estes estavam em contradição com o que Deus havia ensinado pelos Seus profetas.
O Batismo de Jesus: O Messias é Jesus de Nazaré, o Filho de Deus, Marcos 1:9-11



Nesses Dias, Jesus chegou de Nazaré da Galileia, e foi batizado por João no rio Jordão. Logo que Jesus saiu da água, viu o céu se rasgando, e o Espírito, como pomba, desceu sobre ele. E do céu veio uma voz: "Tu és o meu Filho, amado; em ti encontro o meu agrado.'
Notas: O céu se rasgou: Na pessoa de Jesus, a separação que havia entre Deus e os homens se rompeu. A voz apresenta o mistério do homem de Nazaré: ele é o Filho de Deus, o Messias-Rei que vai estabelecer o Reino de Deus através do serviço, como o Servo de Javé.
Parábolas

As parábolas de Jesus podem ser muito curtas, e com freqüência tomam de empréstimo imagens da natureza. Como a Parábola do Semeador, que procura distinguir os obstáculos para a compreensão da Palavra de Deus. Mas também podem ser longas histórias que desenvolvem temas tirados da vida diária. A Parábola do Filho Pródigo demonstra o amor do Pai em ver seu filho arrependido e convertido a Deus. 


Jesus anuncia uma nova moralidade




Notas: O que vem de fora não torna o homem pecador, e sim o que sai do coração, isto é, da consciência humana, que cria os projetos e dá uma direção às coisas. Jesus anuncia uma nova forma de moralidade, onde os homens podem relacionar-se entre si na liberdade e justiça. Com isso, aboliu a lei sobre a pureza e impureza (Lv 11), cuja interpretação era o fundamento de uma sociedade injusta, baseada em tabus que criavam e solidificavam diferenças entre as pessoas, gerando privilegiados e marginalizados, opressores e oprimidos; 

Grande parte dos ensinamentos de Jesus também se deu através de suas conversas com os discípulos, com homens instruídos ou com outras pessoas que ele encontrava. Na conversa que Jesus teve com um jovem rico, o Filho do Homem nos ensina que a riqueza material não é importante para Deus, somente cumprir seus mandamentos e crer na Palavra é suficiente para entrarmos no Reino de Deus.

Sermão da Montanha





No primeiro vídeo acima é apresentado o Sermão da Montanha, que teve diversas interpretações ao passar dos anos:

INTERPRETAÇÕES DO SERMÃO DA MONTANHA

  • Desde os primeiros dias da Igreja, muitos acreditaram que o Sermão da Montanha devia ser tomado literalmente. Numa dissertação teológica, Albert Schweitzer afirma que os primeiros cristãos esperavam que Jesus voltaria muito em breve. Para eles, o Sermão da Montanha funcionava como uma ética provisória enquanto o aguardavam. Mas, com o passar do tempo, a noção da volta de Jesus se alterou, e isso levou a outras interpretações da ética do Sermão. Mesmo assim, nos tempos modernos muitos tomaram ao pé da letra as exigências do Sermão da Montanha. Um deles foi o escritor russo Leon Tolstoi (1828-1910)


  • A igreja católica romana já declarou que o Sermão da Montanha se dirige, sobretudo àqueles que têm uma vocação — os religiosos, padres, monges, frades e freiras —-, em particular em suas exigências de celibato e pobreza pessoal.


  • A interpretação luterana em geral tem sido que os mandamentos do Sermão da Montanha são exigências ideais, as quais é impossível seguir neste mundo. Porém, quando os homens veem que não conseguem cumpri-las, compreendem como são incomparavelmente limitados em relação a Deus. Eles são seres pecadores que precisam do perdão e da ajuda de Deus para poder viver.


Mais recentemente, teólogos luteranos ressaltaram que o
Sermão da Montanha é uma parte da revelação de Jesus sobre a vinda
do reino de Deus. A ética do Sermão, portanto, é algo que o homem
pode lutar para alcançar em sua vida pessoal e comunitária; no
entanto, a realização final desses ideais só virá com o advento do
reino de Deus.

  • A teologia protestante desenvolveu outro conceito, baseado na ideia de que o mais importante é ter boa vontade, ser bem-intencionado nas ações. Essa interpretação já sofreu pesadas críticas, pois reduz a moral a algo puramente interior.


  • Uma quinta maneira de interpretar é que Jesus queria censurar os fariseus do seu próprio tempo e o "farisaísmo" de todas as épocas. Isso inclui a auto-indulgência e a arrogância ocidental dos tempos modernos .




Julgamento de Jesus


Para narrar os acontecimentos que antecederam e apresentar como ocorreu o julgamento de Jesus, indicarei um documentário feito pelo canal Discovery que tem como objetivo principal responder a seguinte questão: quem matou Jesus?


O vídeo acima é apenas a Primeira Parte de um total de Cinco que você poderá assistir clicando no vídeo que o direcionará para o Youtube que contém as partes restantes.


Créditos

Bíblia Sagrada: Edição Pastoral
Lucas 2:1-7
Marcos 1:9-11
A Vida de Jesus, Ellen G. White
Página: 19

E-book: Livro das Religiões Jostein Gaarder, Henry Notaker, Victor Hellern
Interpretações do Sermão da Montanha
Páginas: 172 e 173.

19 de janeiro de 2013

Não era amor, era melhor

Às vezes pensamos que na vida sempre há uma alternativa mais certa do que a outra, tempo determinado de se fazer as coisas e depositamos nossa felicidade em planos futuros. Viver é uma das artes mais belas, manter a curiosidade que nos movia quando pequenos parece algo inviável em nossa maioridade. Mas, uma das coisas que jamais devemos abrir mão é de sermos maleáveis aos problemas cotidianos. E principalmente sermos sinceros e esquecer totalmente aquela ideia de deixarmos tudo para amanhã e depois. Talvez jamais teremos mais uma oportunidade das pessoas que nos cercam saber o quão nós as amamos e como uma amizade faz falta. Sinto que sempre que algo nos comove lembramos de como queríamos que nossa vida fosse. Tantos planos e devaneios, tantas metas e tantos erros.
Acabei de assistir ao filme Divã, como gosto do cinema brasileiro, que é tão especial e fascinante. Pena que nem todos os brasileiros saibam disso e nem se importam em querer saber.
Pra não terminar o post nesta melancólica reflexão, sempre lembrarei de uma frase da personagem principal Mercedes "Dizem que sexo com amor é bom, mas sexo sem amor é melhor ainda".

17 de janeiro de 2013

O Reino é dom e partilha


E eis que, aproximando-se dele um jovem, disse-lhe: Bom Mestre, que bem farei para conseguir a vida eterna?
E ele disse-lhe: Por que me chamas bom? Não há bom senão um só, que é Deus. Se queres, porém, entrar na vida, guarda os mandamentos.
Disse-lhe ele: Quais? E Jesus disse: Não matarás, não cometerás adultério, não furtarás, não dirás falso testemunho; Honra teu pai e tua mãe, e amarás o teu próximo como a ti mesmo.

Disse-lhe o jovem: Tudo isso tenho guardado desde a minha mocidade; que me falta ainda?
Disse-lhe Jesus: Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, e segue-me.
E o jovem, ouvindo esta palavra, retirou-se triste, porque possuía muitas propriedades.
Disse então Jesus aos seus discípulos: Em verdade vos digo que é difícil entrar um rico no reino dos céus. E, outra vez vos digo que é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no reino de Deus.
Os seus discípulos, ouvindo isto, admiraram-se muito, dizendo:                                Quem poderá pois salvar-se?
E Jesus, olhando para eles, disse-lhes: Aos homens é isso impossível, mas a Deus tudo é possível.
Então Pedro, tomando a palavra, disse-lhe: Eis que nós deixamos tudo, e te seguimos; que receberemos?
E Jesus disse-lhes: Em verdade vos digo que vós, que me seguistes, quando, na regeneração, o Filho do homem se assentar no trono da sua glória, também vos assentareis sobre doze tronos, para julgar as doze tribos de Israel.
E todo aquele que tiver deixado casas, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou mulher, ou filhos, ou terras, por amor de meu nome, receberá cem vezes tanto, e herdará a vida eterna.
Porém, muitos primeiros serão os derradeiros, e muitos derradeiros serão os primeiros. 

Mateus 19:16-30

Parábola do Filho Pródigo




Um homem tinha dois filhos; 
E o mais moço deles disse ao pai: 
Pai, dá-me a parte dos bens que me pertence. 

E ele repartiu por eles a fazenda.
E, poucos dias depois, o filho mais novo, ajuntando tudo, partiu para uma terra longínqua, e ali desperdiçou os seus bens, vivendo dissolutamente. 
E, havendo ele gastado tudo, houve naquela terra uma grande fome, e começou a padecer necessidades. 
E foi, e chegou-se a um dos cidadãos daquela terra, o qual o mandou para os seus campos, a apascentar porcos. 
E desejava encher o seu estômago com as bolotas que os porcos comiam, e ninguém lhe dava nada. 
E, tornando em si, disse: 

Quantos jornaleiros de meu pai têm abundância de pão, e eu aqui pereço de fome! 
Levantar-me-ei, e irei ter com meu pai, e dir-lhe-ei: 

Pai, pequei contra o céu e perante ti; 
Já não sou digno de ser chamado teu filho; faze-me como um dos teus jornaleiros. 

E, levantando-se, foi para seu pai; e, quando ainda estava longe, 
viu-o seu pai, e se moveu de íntima compaixão e, correndo, lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou. 
E o filho lhe disse: 

Pai, pequei contra o céu e perante ti, 
e já não sou digno de ser chamado teu filho. 

Mas o pai disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa e vesti-lho, e ponde-lhe um anel na mão, e alparcas nos pés; 
E trazei o bezerro cevado, e matai-o e comamos, e alegremo-nos; 
Porque este meu filho estava morto, e reviveu, tinha-se perdido, e foi achado. 
E começaram a alegrar-se. 

E o seu filho mais velho estava no campo; e quando veio, e chegou perto de casa, 
ouviu a música e as danças. 
E, chamando um dos servos, perguntou-lhe que era aquilo. 
E ele lhe disse: 
Veio teu irmão; e teu pai matou o bezerro cevado, porque o recebeu são e salvo. 
Mas ele se indignou, e não queria entrar. 
E saindo o pai, instava com ele. 

 Mas, respondendo ele, disse ao pai: 

Eis que te sirvo há tantos anos, 
sem nunca transgredir o teu mandamento, 
e nunca me deste um cabrito para alegrar-me com os meus amigos; 
Vindo, porém, este teu filho, que desperdiçou os teus bens com as meretrizes, 
mataste-lhe o bezerro cevado. 

E ele lhe disse: 
 Filho, tu sempre estás comigo, e todas as minhas coisas são tuas; 
Mas era justo alegrarmo-nos e folgarmos, porque este teu irmão estava morto, e reviveu; 
tinha-se perdido, e achou-se. 




Parábola do Semeador


Mateus 13,3-9

"O semeador saiu para semear. Enquanto semeava, algumas sementes caíram à beira do caminho, e os passarinhos foram e as comeram. Outras sementes caíram em terreno pedregoso, onde não havia muita terra. As sementes logo brotaram, porque a terra não era profunda. Porém, o sol saiu, queimou as plantas, e elas secaram, porque não tinham raiz. Outras sementes caíram no meio dos espinhos, e os espinhos cresceram e sufocaram as plantas. Outras sementes, porém, caíram em terra boa, e renderam cem, sessenta e trinta frutos por um. Quem tem ouvido, ouça!"

Mateus 13,18-23

"Ouçam, portanto, o que a parábola do semeador quer dizer. Todo aquele que ouve a Palavra do reino e não a compreende, é como a semente que caiu à beira do caminho: vem o Maligno e rouba o que foi semeado no coração dele. A semente que caiu em terreno pedregoso é aquele que ouve a Palavra, e logo a recebe com alegria. Mas ele não tem raiz em si mesmo, é inconstante: quando chega uma tribulação ou perseguição por causa da Palavra, ele desiste. A semente que caiu no meio dos espinhos é aquele que ouve a Palavra, mas a preocupação do mundo e a ilusão da riqueza sufocam a Palavra, e ela fica sem dar fruto. A semente que caiu em terra boa é aquele que ouve a Palavra e a compreende. Esse com certeza produz fruto. Um dá cem, outro sessenta e outro trinta por um."

11 de janeiro de 2013

MENSAGEM

"Eu erro. Eu amo. Eu choro. Eu brinco. Eu sorrio. Eu tenho defeito. Eu tenho qualidades. Eu minto. Eu NÃO sou perfeito." 

Semitas Parte II de III

Para os Indo-Europeus, o mais importante dos sentidos era a visão. Igualmente interessante é saber que para o mundo semita a audição desempenhava um papel preponderante. Muitas profissões de fé judaica começam com a frase: "Ouve, Israel!"
Ouça, Israel! Javé nosso Deus é o único Javé. Portanto ame a Javé seu Deus com todo o seu coração, com toda a sua alma e com toda a sua força. Que estas palavras, que hoje eu lhe ordeno, estejam em seu coração. Você as inculcará em seus filhos, e delas falará sentado em sua casa e andando em seu caminho, estando deitado e de pé. Você também as amarrará em sua mão como sinal, e elas serão como faixa entre seus olhos. Você as escreverá nos batentes de sua casa e nas portas da cidade.
Deuteronômio 6:4-9

No Antigo Testamento lemos que as pessoas "ouviam" as palavras do Senhor e os profetas gostavam de começar suas pregações com a fórmula "Assim falou Jeová" (Deus).

A palavra de Jeová veio a Zacarias, dizendo:

Assim falou Jeová dos exércitos: Julgai juízo verdadeiro, e mostrai misericórdia e compaixão, cada um para com o seu irmão; 
não oprimais a viúva e o órfão, nem o estrangeiro e o pobre; nenhum de vós intente no seu coração o mal contra o seu irmão.


Mas recusaram atender, e rebeldes voltaram a mim as costas, e fecharam os seus ouvidos para não ouvirem.

Fizeram duros como diamante os seus corações, para não ouvirem a lei, nem as palavras que Jeová dos exércitos tinha enviado pelo seu espírito por intervenção dos profetas anteriores; portanto da parte de Jeová dos exércitos se acendeu grande ira.

Como ele clamou, e eles não quiseram ouvir; assim eles clamarão, e eu não ouvirei, diz Jeová dos exércitos;

mas os espalharei com um turbilhão por entre todas as nações que eles não têm conhecido. Assim a terra foi desolada atrás deles, de sorte que ninguém passava por ela, nem voltava, pois da terra apetecível fizeram uma desolação. 
Zacarias 7:9-14 
Os  indo-europeus faziam quadros e esculturas de deuses. Para os semitas é igualmente característico o fato de eles respeitarem certa proibição pela representação pictórica. Eles não podiam criar imagens ou esculturas de Deus e de tudo o que é sagrado.
No Antigo Testamento está escrito que os homens não devem fabricar para si imagens de Deus.

Prestem atenção em si mesmos! Vocês não viram nenhuma forma no dia em que Javé lhes falou no Horeb, no meio do fogo. Portanto, não se pervertam fazendo para vocês imagem esculpida em forma de ídolo: imagem de homem ou de mulher, imagem de animal terrestre, de pássaro que voa no céu, de réptil que rasteja sobra a terra, ou imagem de peixe que vive nas águas que estão sobre a terra. Levantando os olhos para o céu e vendo o sol, a lua, as estrelas e todo o exército do céu, não se deixe seduzir para adorá-los e servi-los. São coisas que Javé seu Deus repartiu entre todos os povos que vivem debaixo do céu. 
Deuteronômio 4:15-19 

Mas, por que as igrejas cristãs estão apinhadas de imagens de Deus e Jesus? 

Este é um exemplo de como o cristianismo foi influenciado pelo mundo greco-romano. 
Na Igreja Ortodoxa - quer dizer, na Grécia e na Rússia - as imagens entalhadas, ou seja, esculturas e crucifixos com cenas de história da Bíblia são proibidos até hoje.
As três religiões ocidentais enfatizam o abismo entre Deus e sua criação. O Objetivo não é redimir a alma do processo de transmigração, e sim a redenção dos pecados e da culpa.
Além disso, a vida religiosa é mais marcada pela oração, pelo sermão e pela leitura da Bíblia do que pela meditação e pelo mergulho em si mesmo.

Créditos:

Bíblia Sagrada: Edição Pastoral


Deuteronômio 6:4-9 e Deuteronômio 4:15-19 

Bíblia Online


Zacarias 7:9-14 

10 de janeiro de 2013

Inglaterra século XVIII e XIX - A Senhora dos Mares

O trecho a seguir é do capítulo 17 pertencente ao livro 1808 do autor Laurentino Gomes. Neste trecho é abordada a relação Inglaterra-Portugal-Brasil entre os séculos XVIII e XIX, dando ênfase ao apogeu do Império Britânico e seus reflexos com a abertura dos portos do Brasil.
         
Senhora dos Mares


           No dia 25 de junho de 1808, cinco meses após a assinatura da carta régia de abertura dos portos do Brasil, 113 comerciantes ingleses se reuniram numa taverna de Londres. Estavam ali a convite de D. Domingos de Sousa Coutinho, o embaixador português na Inglaterra. D. Domingos era irmão do homem forte do novo ministério organizado por D. João no Rio de Janeiro, D. Rodrigo de Sousa Coutinho, futuro conde de Linhares. Três semanas antes, tinha mandado publicar nos jornais londrinos uma nota na qual exortava a se organizarem todos os homens de negócio eventualmente interessados em desbravar o até então virgem mercado brasileiro.1 As oportunidades, assegurava D. Domingos, eram enormes. O Brasil que por três séculos tinha sido uma terra misteriosa e proibida para os estrangeiros, agora se abria ao mundo. Seus portos, até então restritos aos navios de Portugal — e só de Portugal — estavam, finalmente, autorizados a receber embarcações de outros países.
          Na prática, o cenário para os ingleses era ainda melhor do que prometia o embaixador. Como a Europa estava ocupada pelos exércitos de Napoleão, naquele momento nenhum outro país europeu tinha condições de comercializar com o Brasil. Vencedora da Batalha de Trafalgar, em 1805, na qual as forças combinadas da Espanha e da França tinham sido aniquiladas pela esquadra de Lord Nelson, a Inglaterra era a única potência com livre trânsito nos mares. Era, portanto, a grande beneficiária da abertura dos portos, como se comprovaria nos meses seguintes. Para os homens de negócios reunidos na taverna de Londres, a chance era imperdível e tinha de ser aproveitada de imediato. No encontro, relatado nas páginas do Correio Braziliense, os 113 comerciantes fundaram a Sociedade dos Negociantes Ingleses que Traficam para o Brasil, sob a presidência de John Princep.2 A partir daí, os portos brasileiros se viram atulhados de produtos ingleses, numa escala nunca antes imaginada.
         Chegava de tudo. Muitas coisas eram práticas e úteis, como tecidos de algodão, cordas, pregos, martelos, serrotes, fivelas de arreios e ferragens em geral. Mas havia também excentricidades como patins de gelo e pesadas mantas de lã, que causavam espanto sob o calor úmido e abafado dos trópicos. Eram produtos que as fábricas inglesas despejavam em quantidades monumentais e a preços baixos, graças às novas técnicas de produção desenvolvidas pela Revolução Industrial do final do século XVIII. Sem acesso ao mercado europeu, devido ao bloqueio continental imposto por Napoleão, a Inglaterra os despachava para o Brasil e outros países da América do Sul, onde desembarcavam por uma pechincha e causavam sensação entre os moradores, habituados à escassez e à má qualidade dos produtos pobres e artesanais que circulavam pelas colônias americanas.
            Em 1808, a Inglaterra estava começando a estender aos quatro cantos da Terra o maior império que a humanidade tinha conhecido até então. No apogeu, durante as seis décadas de governo da rainha Vitória (1837-1901) — o mais longo reinado na história da Inglaterra —, os britânicos se orgulhavam de dizer que sob os seus domínios o Sol nunca se punha. Na sua porção mais oriental, o império começava da recém-descoberta Oceania, passava pela Ásia, pela África e pelas ilhas do Caribe, indo terminar na vastidão gelada do Canadá, que se mantivera fiel à monarquia britânica depois da independência americana. A força do comércio e dos canhões britânicos tinha subjugado uma das civilizações mais antigas, a Índia, que recuperaria sua independência apenas em meados do século XX. Fincaria ainda os pés na China milenar, onde o enclave de Hong Kong só voltaria aos chineses em 1997.
         O poder e a influência da nova potência se faziam sentir em todas as partes do planeta. Com pouco mais de um milhão de habitantes, Londres era a maior cidade do mundo.3 Suas chaminés lançavam uma nuvem de fuligem que cobria o telhado das casas. Fortunas se multiplicavam graças a invenções revolucionárias, como a locomotiva a vapor. Nesse ambiente criativo e dinâmico, as ideias circulavam livremente em contraste com o ardor patriótico, porém autoritário, da França napoleônica, onde os livros e a cultura eram submisso aos caprichos do imperador. No começo do século XIX, havia 278 jornais em circulação em Londres. Esse número incluía periódicos ingleses, como o já venerável The Times, e também uma infinidade de jornais em língua estrangeira, ali publicados para fugir à censura e à perseguição em seus países de origem, caso do brasileiro Correio Braziliense, de Hipólito da Costa. A cidade era um centro de debates, pesquisas e inovações, que atraía cientistas, pensadores, escritores e poetas. Alguns dos maiores nomes da história da literatura inglesa, como Lord Byron, Percy Shelley e Jane Austen, lá estavam, escrevendo suas obras primas. Multidões se reuniam para ouvir palestras, exposições e debates em torno de inúmeras sociedades dedicadas à pesquisa de Geografia, Astronomia, Antropologia e Geologia, entre outras áreas da ciência.4
              Como resultado da Revolução Industrial, combinada com o domínio dos oceanos e a expansão comercial, a riqueza da Inglaterra dobrou entre 1712 e 1792.5 Em menos de um século, o volume de comércio nos portos de Londres triplicou. Em 1800, o Rio Tâmisa, nas imediações da capital, era uma floresta de mastros de navios.
Todos os dias, entre 2000 e 3000 barcos mercantes estavam ancorados à espera da vez para embarcar ou descarregar suas mercadorias. Da China chegavam chá e seda. Dos Estados Unidos, tabaco, milho e trigo. Do Brasil, açúcar, madeira, café e minérios. Da África, marfim e minérios.6 Entre 1800 e 1830, o consumo de algodão pelas indústrias têxteis na região de Liverpool saltou de milhões para 220 milhões de libras, um crescimento de 44 vezes em apenas três décadas.7
              Esse volume monumental de comércio era protegido pelos 880 navios de guerra que a Marinha Real Britânica mantinha espalhados pelo mundo. Tratava-se da mais poderosa e eficiente força naval da época, 147 vezes maior do que a dos Estados Unidos recém-independentes, cuja Armada não tinha mais que seis embarcações.8 Num período de duzentos anos os ingleses tinham vencido todas as batalhas navais em que se envolveram.9 Seus navios eram equipados e organizados de forma exemplar. As tripulações eram capazes de armar e recolher as velas, carregar e disparar os canhões em menos tempo do que qualquer outra
marinha da época. Também mantinham seus navios mais limpos e bem organizados, reduzindo o perigo de doenças e epidemias a bordo.
         Em 1808, o recém-aberto mercado brasileiro tornou-se um alvo natural dos interesses dessa florescente potência mundial. Depois de escapar de Napoleão sob a proteção da Marinha britânica, D. João devia imensos favores à Inglaterra. Sua dependência em relação aos britânicos era tão grande que na etapa da viagem entre Salvador e Rio de Janeiro, confiou ao capitão James Walker, comandante do navio Bedford, 84 cofres com parte dos tesouros reais que vinha trazendo de Lisboa.10 Mais tarde, já no Rio de Janeiro, presenteou o contra-almirante Sidney Smith, comandante da esquadra britânica, com uma chácara na Praia de Santa Luzia, em agradecimento pelos serviços prestados. A propriedade incluía uma bonita casa de campo, terras e vários escravos para cultivá-las.11
             O governo inglês, obviamente, sabia o quanto a monarquia portuguesa era frágil naquele momento e como obter vantagens dessa situação. Depois de coordenar a partida de D. João para o Brasil, em 1807, Lord Strangford retornou à Inglaterra, onde permaneceu por quatro meses. Chegou ao Rio de Janeiro em 17 de abril de 1808, com instruções muito precisas a respeito do tratado que deveria negociar com a corte exilada. Essas instruções, que o historiador americano Alan K. Manchester descobriu ao pesquisar a correspondência entre Strangford e o ministro das Relações Exteriores britânico, Lord Canning, mostram que, enquanto a corte portuguesa procurava salvar a própria pele fugindo para o Rio de Janeiro, a Inglaterra tinha o pleno controle da situação e sabia exatamente o que e como negociar para assegurar seus interesses políticos e comerciais na região. Uma das instruções de, Canning a Strangford determinava a negociação de um acordo para “induzir os comerciantes britânicos a transformarem o Brasil num empório para as manufaturas destinadas ao consumo de toda a América do Sul”. O Brasil era, portanto, parte de uma estratégia comercial maior, na qual os interesses ingleses se estendiam por todo o continente.12
              O plano funcionou perfeitamente. No campo comercial, os privilégios concedidos à Inglaterra foram superiores até mesmo aos que a metrópole portuguesa teria no Brasil de D. João. A abertura dos portos, decretada ainda na Bahia, era apenas o começo. Seus benefícios seriam ampliados dois anos mais tarde por um tratado que transformou a Inglaterra em aliado preferencial nas relações comerciais da colônia convertida em sede da monarquia. Tão preferencial que, a partir de 1810, nem os portugueses conseguiam competir com os produtos ingleses. Pelo novo tratado, as taxas alfandegárias dos ingleses nos portos brasileiros foram reduzidas para apenas 15% do valor de importação, contra 16% pagos pelas mercadorias portuguesas.13 Com isso, o Brasil se tornou, do ponto de vista aduaneiro, um território livre para os produtos da Inglaterra.
         Além das vantagens comerciais, o tratado de 1810 deu aos ingleses prerrogativas especiais, que incluíam o direito entrar e sair do país quando bem entendessem, fixar residência adquirir propriedades e ter um sistema de justiça paralelo. Pelo artigo 10, de todos o mais polêmico, a Inglaterra reafirmava no Brasil um privilégio que já detinha em Portugal desde 1654: nomear magistrados especiais com a função de julgar todas as causas que envolvessem cidadãos britânicos. Os próprios ingleses residentes no país elegeriam seus juizes, que só poderiam ser destituídos pelo governo português mediante prévia aprovação do representante da Inglaterra no Brasil. Na prática, passavam a existir duas justiças no Brasil: uma para portugueses e brasileiros, outra só para ingleses, estes inalcançáveis pelas leis locais.14
              O acordo foi assinado sob a falsa aparência de reciprocidade.
Na realidade, tratava-se de coisa bem diferente. Enquanto no Brasil os ingleses tinham a prerrogativa de eleger juizes e ter tribunais especiais, esse direito não era assegurado aos portugueses residentes na Inglaterra, para os quais o contrato reconhecia apenas os benefícios da ”excelência reconhecida da Jurisprudência britânica”. Não passava, portanto, de uma concessão pura e simples ao poder da Inglaterra, que garantia a sobrevivência da monarquia portuguesa pela força de suas tropas, armas, munições e navios. “Esses benefícios eram tão grandes e essenciais que sem eles os portugueses deixariam de ser até uma nação”, escreveu Alan Manchester.18
              As consequências da abertura dos portos e do tratado de 1810 podem ser medidas em números. Em 1808 entraram no porto do Rio de Janeiro noventa navios estrangeiros, o que correspondia a 10% do total. Os outros 90% eram embarcações portuguesas. Dois anos depois, o número de navios estrangeiros tinha aumentado cinco vezes, para 422, quase todos ingleses, enquanto os portugueses haviam diminuído.19 Em 1809, um ano depois da abertura dos portos, já existiam mais de cem empresas comerciais britânicas operando no Rio.20 Em 1812, o Brasil vendeu para a Inglaterra menos de 700000 libras esterlinas em mercadorias. Na mão contrária, os ingleses exportaram para o Brasil quase três vezes mais, cerca de 2 milhões de libras esterlinas.21 As exportações britânicas para o Brasil eram 25% maiores do que todas as vendas para a Ásia e metade de tudo o que era exportado para os Estados Unidos, a ex-colônia declarada independente em 1776. Oito de cada dez libras esterlinas exportadas para a América do Sul vinham para o Brasil.22
              Mais do que o número de cargas e navios, impressionava a variedade de produtos que entravam no Brasil. “O mercado ficou inteiramente abarrotado”, registrou o mineralogista inglês John Mawe. “Tão grande e inesperado foi o fluxo de manufaturas inglesas, [...] que os aluguéis das casas para armazená-las elevaram-se vertiginosamente. A baía estava coalhada de navios, e em breve a alfândega transbordou com o volume das mercadorias. Montes de ferragens e pregos, peixe salgado, montanhas de queijos, chapéus, caixas de vidros, cerâmica, cordoalha, cerveja em barris, tintas, gomas, resinas, alcatrão tudo achava-se exposto não somente ao sol e à chuva, mas à depredação geral. [...] Espartilhos, caixões mortuários, selas e mesmo patins para gelo abarrotavam o mercado, no qual não poderiam ser vendidos e para o qual nunca deveriam ter sido enviados.”23 Outra testemunha da época, um viajante francês confirmou ter visto o desembarque de patins de gelo no Rio de Janeiro, além de outras ”esquisitas mercadorias”, que incluíam pesados cobertores de lã e fogões de calefação de cobre para aquecer a cama.24
             Eram produtos que nada tinham a ver com o clima e as necessidades locais, mas aqui chegavam praticamente sem impostos de importação e acabavam sendo adaptados a usos nunca imaginados. O mesmo viajante francês conta que os cobertores de lã foram utilizados para substituir de forma muito mais eficiente o couro de boi na lavagem do cascalho nas minas de ouro. As bacias de cobre, furadas, viraram escumadeiras gigantes nos engenhos de açúcar. Os patins de gelo se transformaram em facas e ferraduras e outros objetos metálicos. O viajante francês disse ter visto em Minas Gerais uma maçaneta de porta feita de patins.
         É um engano achar que só os ingleses se beneficiaram nessa história. Muitos brasileiros e portugueses também ficaram ricos. Alguns de maneira desonesta. Os relatos dos viajantes estão repletos de histórias de estrangeiros enganados pelos comerciantes locais, que passavam adiante produtos e mercadorias de baixa qualidade como se fossem outra coisa. “Vendiam-se turmalinas por esmeraldas, cristais por topázios, e pedras comuns e imitações de vidros por diamantes”, contou John Mawe.25 “Gamelas de latão, compradas aos ingleses, eram limadas e misturadas com o ouro (em pó) na proporção de cinco a dez por cento.” Madeiras baratas e de cor avermelhada das florestas do Rio de Janeiro eram vendidas como se fossem o valiosíssimo pau-brasil, madeira de lei cujo comércio era rigorosamente fiscalizado em Pernambuco. Era a malandragem brasileira fazendo mais uma de suas performances de gala nas páginas da história nacional.
         Aos ingleses era garantido também o direito de liberdade religiosa. Numa decisão até então inédita nos domínios de Portugal na América, os protestantes ingleses passavam a ter autorização para erguer templos religiosos, desde que essas capelas e igrejas se assemelhassem a domicílios particulares e não tocassem sinos para anunciar cultos  religiosos.15 Esse artigo do tratado enfrentou feroz oposição do núncio apostólico no Rio de Janeiro, D. Lourenço Caleppi, que chegou a ameaçar D. João de excomunhão caso aceitasse as exigências dos ingleses, cujos interesses acabaram prevalecendo. Como recompensa pela proteção que lhe fora dada pela frota inglesa na viagem ao Brasil, D. João também concedia aos britânicos o privilégio de cortar madeira nas florestas brasileiras para a construção de navios de guerra. Além disso, os navios de guerra britânicos, sem limite de número, poderiam entrar em qualquer porto dos domínios portugueses, em tempos de paz ou de guerra. Os artigos finais estipulavam que o tratado teria duração ilimitada e que as obrigações e condições expressas seriam “perpétuas e imutáveis”.16 Doze anos mais tarde, quando D. Pedro I procurou o reconhecimento da Inglaterra à independência brasileira, uma parte do preço cobrado pelo governo inglês foi a ratificação, pelo novo Estado, das cláusulas do tratado de 1810.17


NOTAS

 Capítulo 17 — A senhora dos mares

1. Alan K. Manchester, Presença inglesa no Brasil, p. 78.
2. Citado por Rubens Borba de Moraes, na apresentação de
John Luccock, Notas..., p. 8.
3. Nireu Cavalcanti, O Rio de Janeiro setecentista, p. 258.
4. Peter Ackroyd, London: the biography..., audiobook.
5. Gunther E. Ruthenberg, The Napoleonic Wars, p. 25.
6. Peter Ackroyd, London: the biography..., audiobook.
7. Jorge Caldeira, Mauá: empresário do Império, p. 160.
8. Kenneth H. Light, “Com os pés no mar”, em Revista de
História, da Biblioteca Nacional, nº 14, de novembro de 2006, p. 48-
53. A informação de que a Marinha dos Estados Unidos tinha apenas
seis navios é de Richard Zacks, The Pirate Coast, audiobook.
9. British history: empire and sea power, em www.bbc.co.uk.
10. Kenneth Light, “A viagem da família real para o Brasil”, em Tribuna de Petrópolis, novembro de 1997.
11. José Presas, Memórias secretas de D. Carlota Joaquina.
12. Alan K. Manchester, Presença inglesa no Brasil, p. 80.
13. Ibidem, p. 88.
14. Ibidem, p. 81 e 87.
15. Ibidem, p. 87.
16. Ibidem, p. 89.
17. Ibidem, p. 103.
18. Ibidem, p. 92.
19. Rubens Borba de Moraes, na apresentação de John
Luccock, Notas..., citando dados da Gazeta Extraordinária do Rio de
Janeiro de 25 de fevereiro de 1811.
20. Kirsten Schultz, Tropical Versailles, p. 210.
21. Alan K. Manchester, Presença inglesa no Brasil, p. 95.
22. Ibidem, p. 94.
23. John Mawe, Viagens ao interior do Brasil, p. 210 e
seguintes.
24. L’Empire du Brésil: souvenirs de voyage par J. J. E. Roy,
citado por Rubens Barbosa de Morais na apresentação de John
Luccock, Notas...
25. John Mawe, Viagens ao interior do Brasil, p. 218.

Semita Parte I de III

     
 Os primeiros semitas são originários da península da Arábia, o Cristianismo levou a história e a religião semitas para mais longe de suas raízes, a expansão do Islã também transportou a cultura semita para todo o mundo.
As três religiões ocidentais - Judaísmo, Cristianismo e Islamismo - têm um pano de fundo semita.
O Corão (livro sagrado do Islã) e o Antigo Testamento foram escritos em línguas semitas aparentadas.
O Novo Testamento foi escrito em grego e quando a doutrina cristão foi reformulada, ela foi marcada pelas línguas gregas e latinas e, com isto, também foi influenciada pela filosofia helenística.

Desde muito cedo os semitas acreditavam num único Deus. No judaísmo, no cristianismo e no islamismo o princípio fundamental é o de que existe apenas um Deus.


Eles tinham uma visão linear da história: No passado, Deus criou o mundo e com isto a história começou. Um dia porém, história vai acabar e isto vai acontecer no dia do Juízo Final, quando Deus julgará os vivos e os mortos.


Acredita-se que Deus intervém na história, ou melhor, que a história existe para que Deus possa fazer valer sua vontade no mundo.


Ainda hoje a cidade de Jerusalém é um importante centro religioso para os judeus, cristão e muçulmanos. Em Jerusalém existem importantes sinagogas (judaicas), igrejas (cristãs) e mesquitas (muçulmanas).



MURO DAS LAMENTAÇÕES





O muro ocidental, conhecido como Muro das Lamentações, é o lugar mais sagrado e venerado pelo povo judeu por tratar-se da única relíquia do último templo. O Muro Ocidental é uma pequena parte da muralha que Herodes construiu no ano 20 a.C., em redor do segundo Grande Templo. No ano 70, quando da destruição da cidade por Tito, este deixou de pé esta parte da muralha com seus enormes blocos de pedra, a fim de mostrar, às gerações futuras, a grandeza dos soldados romanos que foram capazes de destruir o resto da edificação. Durante o período romano não era permitida, aos judeus, a entrada em Jerusalém. Entretanto, durante o período bizantino, lhes foi permitido entrar, uma vez por ano, no aniversário da destruição, quando lamentavam a dispersão de seu povo e choravam sobre as ruínas do Templo. Daí o nome: Muro das Lamentações. O costume de orar junto ao Muro continuou durante o decorrer dos séculos. Entre 1948 e 1967 o acesso ao Muro foi novamente proibido aos judeus, já que ele se encontrava na parte jordaniana da cidade dividida. Depois da Guerra dos Seis Dias, o Muro das Lamentações converteu-se em um lugar de jubilo nacional e de culto religioso.




SANTO SEPULCRO



A Basílica do Santo Sepulcro, em Jerusalém foi construída centenas de anos atrás em Jerusalém, no local onde se acredita que Jesus Cristo tenha sido crucificado. Quando Jerusalém foi aniquilada em 70 d.C., o imperador Adriano, de Roma, percorreu a cidade entre 129-130 e, em represália ao culto clandestino do Evangelho, solicitou a reedificação da cidade sagrada como um recanto do paganismo batizado de Aelia Capitolina. Mais ainda, ele ordenou que o túmulo de Cristo fosse revestido de terra e em seu lugar fosse erguido um santuário ofertado à deusa Vênus.
A criação do primeiro templo do Santo Sepulcro foi concretizada em 326 sob as ordens do Imperador Constantino, pouco depois da publicação do Édito de Tolerância ou Édito de Milão, que finalizava o processo de perseguição dos cristãos, uma iniciativa do mesmo governante.

Interior da Igreja do Santo Sepulcro



Na mesma época, sua mãe, Helena, foi a Jerusalém visando encontrar os lugares vinculados aos derradeiros momentos de Jesus na cidade. Aí ela encontrou o suposto ponto onde foi realizada a crucificação do Messias, o rochedo intitulado Gólgota, em forma de caveira, e também o sepulcMas em 614 houve uma nova destruição do templo, desta vez pelos invasores persas, os quais saquearam a Igreja e levaram consigo seus tesouros. Ela foi construída novamente pelo Império Bizantino. No ano de 638, Jerusalém foi tomada pelos muçulmanos; seus primeiros dirigentes, porém, não causaram qualquer dano aos cristãos, exercitando sabiamente a tolerância.
Mas em 1009 o soberano Al-Hakim, da dinastia xiita conhecida como fatimida, promoveu a devastação de todos os templos de Jerusalém, englobando o Santo Sepulcro.
De 1959 em diante não foi preciso recorrer a qualquer outra ação conciliatória; os três grupos religiosos mais importantes administram a Igreja, mas coptas e etíopes ortodoxos ainda reclamam o direito de participar desta gestão. Os governantes preferem não intervir nesta delicada questão.


A explicação começa em 1:21




MESQUITA DE AL-AQSA



A mesquita de Al-Aqsa é o terceiro local mais sagrado do islamismo, depois de Meca e Medina (onde se encontra o túmulo do Profeta Muhammad). Localiza-se no alto de um morro na parte velha de Jerusalém, conhecido como Monte do Templo pelos judeus e Esplanada das Mesquitas pelos muçulmanos. Os muçulmanos costumavam rezar virados para a mesquita, antes de Meca ter se tornado o foco da religião muçulmana
O acesso à área da mesquita foi fechado a qualquer não-muçulmano desde a polêmica visita de Ariel Sharon, então líder da oposição israelense, ao complexo de prédios no local em setembro de 2000. A visita provocou uma revolta entre os palestinos e levou ao início da atual intifada - a rebelião contra a ocupação israelense.


A importância de Al Aqsa, advém do facto de ter sido visitado pelo Profeta Muhammad, vinda da Grande Mesquita de Meca e daqui ter partido para a sua viagem celestial nocturna (Mihraj) acompanhado pelo Arcanjo Gabriel e onde conheceu e reviveu todos os outros grandes Profetas anteriores e foi aqui que Lhe foi ordenado a prática das cinco orações diárias dentre outros mandamentos.


Para os judeus, o Templo do Monte é o local mais importante do mundo, onde o rei Salomão teria construído o primeiro e o segundo templos sagrados do judaísmo. Foi o local onde Abrão estava pronto para sacrificar o seu filho, Isaac, a pedido de Deus.


Esses conceitos religiosos não negociáveis colocam o local no epicentro do conflito entre israelenses e palestinos.



Créditos



9 de janeiro de 2013

2013...


A Arte de Ser Feliz

Houve um tempo em que minha janela se abria

sobre uma cidade que parecia ser feita de giz.

Perto da janela havia um pequeno jardim quase seco.

Era uma época de estiagem, de terra esfarelada,

e o jardim parecia morto.

Mas todas as manhãs vinha um pobre com um balde,

e, em silêncio, ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as plantas.

Não era uma rega: era uma espécie de aspersão ritual, para que o jardim não morresse.

E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas de água que caíam de seus dedos magros

e meu coração ficava completamente feliz.

Às vezes abro a janela e encontro o jasmineiro em flor.

Outras vezes encontro nuvens espessas.

Avisto crianças que vão para a escola.

Pardais que pulam pelo muro.

Gatos que abrem e fecham os olhos, sonhando com pardais.

Borboletas brancas, duas a duas, como refletidas no espelho do ar.

Marimbondos que sempre me parecem personagens de Lope de Vega.

Ás vezes, um galo canta.

Às vezes, um avião passa.

Tudo está certo, no seu lugar, cumprindo o seu destino.

E eu me sinto completamente feliz.

Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas,

que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem,

outros que só existem diante das minhas janelas, e outros,

finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim.

Cecília Meireles


FELIZ 2013!