30 de março de 2012

A química do amor


      Violência, miséria, injustiças. O que torna a vida tão bonita, tão desejada apesar disso tudo? 
      Não há a menor dúvida: é o amor... Pela lente do amor as pessoas enxergam um mundo mais florido, repleto de possibilidades de dar certo. O amor é plenitude, é êxtase. 
      Quando uma pessoa está amando ela se torna mais gentil, alegre, adquire um ar sonhador e vive rindo à toa. O problema é que se o amor não for bem administrado, ele pode levar a pessoa a atitudes "quase" ridículas.
      É justamente isso que tem feito muita gente resistir aos seus encantos. Há até os que desprezam totalmente (provavelmente por medo de se expor). Acham tudo muito embaraçoso e indesejável.
      Afinal, uma pessoa que se dá o respeito não pode viver pelos cantos suspirando por alguém que a faz gaguejar e ficar rubro quando está por perto. Isso sem contar os outros sintomas: mãos suando, coração palpitando, respiração pesada, olhar perdido (tipo "peixe morto"). Muito constrangedor!... Afinal o amor não tem nada a ver com Química, certo? Errado! O AMOR É QUÍMICA! Todos os sintomas descritos acima são causados por um fluxo de substâncias químicas fabricadas no corpo da pessoa apaixonada. Entre essas substâncias estão a feniletilamina, a epinefrina (adrenalina), a norepinefrina (noradrenalina), a dopamina, a oxitocina, a serotonina e as endorfinas. Achou que são muitos nomes? Mas sem eles você não se apaixonaria.
      A ação de algumas delas é muito semelhante à ação dos narcóticos, o que explica de certa forma a oscilação entre sentimentos contraditórios como euforia e depressão, característica comum a drogados e apaixonados. A ciência ainda não sabe explicar o que desencadeia o processo químico da paixão.
      Como acontece com toda anfetamina, porém, com o passar do tempo o organismo vai se acostumando e adquirindo resistência.   Passa a necessitar de doses cada vez maiores para provocar o mesmo frenesi do início. Após três ou quatro anos o delírio que você sentia já se esvaeceu por completo. Neste estágio bye, bye...
      Se suportarem a falta de emoções intensas e decidirem continuar juntos, o cérebro passará a aumentar gradualmente a produção de endorfinas. As endorfinas atuam como calmante, são analgésicos naturais e proporcionam sentimentos de segurança, paz e tranquilidade. Quem diria, hein? A diferença entre uma paixão torrencial e um amor maduro é simplesmente uma questão de liberar a substância certa! A oxitocina também desempenha um papel importante em nossa vida amorosa. Trata-se de um hormônio produzido na hipófise (uma glândula situada no cérebro) cujas funções principais são: sensibilizar os nervos e simular contrações musculares (a secreção de oxitocina é o que leva ao clímax no ato sexual). Além disso, esse hormônio estimula as contrações uterinas da mulher durante parto, leva a liberação de leite e parece que induz as mães a acariciarem e cheirarem seus bebês.
      E você nem sabia que a química é responsável por tudo isso? Acredite isso também pode acontecer com você.
      Pelo menos assim você vai parar de fazer cara feia quando ouvir falar de química. Lembre-se sem ela você não sentiria sensações tão maravilhosas como essa. Leia mais sobre química, apaixone-se, dê essa chance ao seu coração, dê essa chance a sua vida, vale a pena!




24 de março de 2012

Mário de Andrade


Será que a liberdade é uma bobagem?...

Será que o direito é uma bobagem?...

A vida humana é alguma coisa a mais que ciências,                    artes e profissões.
E é nessa vida que a liberdade tem um sentido, 
e o direito dos homens.

A liberdade não é um prêmio, é uma sanção.  
                                                                                                                    Que há de vir .


23 de março de 2012

Leite Derramado

Por isso é natural que eu parta feito um louco atras dela, mas isso só vai acontecer daqui a pouco. É esquisito ter lembranças de coisas que ainda não aconteceram, acabo de me lembrar que Matilde vai sumir para sempre.

Um livro de reminiscências narrado sem ordem cronológica, alfabética, ou por assunto.
A memória é deveras um pandemônio, mas está tudo lá dentro, depois de fuçar um pouco o dono é capaz de encontrar todas as coisas.
Estou fascinando-me por histórias antigas que mostram o retrato histórico vivido pelo Brasil em determinada época, neste livro pude encontrar-me com um dos primeiros tripulantes dos navios que nesta terra chegaram e deparar-me com sua geração desde então, contada até a contemporaneidade.

 Do meu último passeio, só me lembro por causa de uma desavença com o chofer de praça. Ele não queria me esperar meia horinha em frente ao cemitério São João Batista, e como dirigisse a mim de forma rude, perdi a cabeça e alcei a voz, escute aqui senhor, eu sou bisneto do barão dos Arcos. Aí ele me mandou tomar no cu mais o barão, desaforo que nem lhe posso censurar.

O desfecho, não sei lhe dizer porquê faz me lembrar da música João e Maria...

Agora eu era o herói                                                                                                                    E o meu cavalo só falava inglês                                                                                                   A noiva do caubói era você além das outras três                                                                        Eu enfrentava os batalhões...

Com o tempo aprendi que o ciúme é um sentimento para proclamar de peito aberto, no instante mesmo de sua origem. Porque ao nascer, ele é realmente um sentimento cortês, deve ser logo oferecido à mulher como uma rosa. Senão, no instante seguinte ele se fecha em repolho, e dentro dele todo o mal fermenta.                                                                                                               O ciúme é então a espécie mais introvertida das invejas, e mordendo-se todo, põe nos outros a culpa da sua feiura.                                                                     Sabendo-se desprezível, apresenta com nomes supostos.
Antologias, deixo-as aqui para relembrar de pedaços desta obra madura de um sábio escritor.
Porque tudo é mesmo uma merda, mas depois melhora um pouco, quando de noite a namorada vem. 
Eulálio D´Assumpção, peripécias encantadoras contadas em um lugar qualquer onde alguém possa ouvir.

E com meu tronco eu a apertada, eu a espremia a valer, eu quase a esmagava na parede, até que Matilde disse, eu vou, Eulálio, e seu corpo tremeu inteiro, levando o meu a tremer junto.
O encanto de cada versão de suas histórias fascina em cada trecho.

Mas se com a idade a gente dá para repetir certas histórias, não é por demência senil, é porque certas histórias não param de acontecer em nós até o fim da vida.
Um simples verso da lavadeira tirava-o daquela monotonia.

Você me derrubou, mas eu levantei,                                                                                                Você me machucou, mas eu lhe perdoei



18 de março de 2012

Eu sei que é amor

Amigos, Saudade, Escola, Momentos, Palavras, Nós...
Como podem pessoas entrar aos pouquinhos na nossa vida, pedindo ás vezes licença ou deixando a porta aberta para que passem mais pessoas diante dela?
Sempre há algo mais, algo mais a dizer dos meus amigos, estes que me alegram sempre.
Pode parecer que a distância nos distancie, porém, isto é apenas uma ilusão há de permanecer o que é nosso, a nossa valiosa e inestimável amizade!
Suas palavras, Jonathan fizeram-me sentir um sincero sorriso em meu rosto, eu estimo e como a nossa amizade.
Eu agradeço todos os dias pela nossa amizade e por ter pessoas que me amam como eu sou, jamais esqueça que há alguém que o ame mais e mais.

17 de março de 2012

Olá, boa noite a todos, ou melhor boa noite Re

Estou aqui mais uma vez.... Pois é..... Uma experiência que sinceramente....... está me machucando faz tempo......

O QUE SERIA????? Bem eu acho que a Renita já deve adivinhar, quando eu começo a escrever corretamente (digo sem cortar palavras e colocar acentos corretos). Ela sabe muito bem do que eu estou falando: DE AMOR

Ai, Ai... Um sentimento que você não vê mas sente... e como as palavras de Camões "Amor é fogo que arde sem se ver, É ferida que doí e não sente...."

Estou tão..... Não sei sem rumo.... Medo??? Nervoso??? Tenso??? Não sei, minha vontade tem horas é de chorar, tenho vontade de me desabafar com amigas que me entendem de verdade (como Renita, Amanda Caroline, Taciana.....) Mas a maioria das vezes não tem ninguem por perto para me dar a mão.... Triste, sinto saudades dos velhos tempos... Mas tudo passou bola pra frente e sem ollhar meus atos lá atras.

Estou entregando tudo nas mãos de Deus, e peço toda ajuda DEle e agradeço por ter minhas amigas, algumas pessoas que olhassem minha mensagem poderia pensar "nossa que pessoa infantil". Mas eu tinha que falar tudo isso (ou melhor escrever). Eu acho que isso é tudo, mas mais postagens virão... E cada dia irei falar mais um pouco!

Boa Noite e obrigado pela compreensão

12 de março de 2012

Sobre a Minissérie

Como podemos dar um ponto final e definitivo em uma obra aberta?
Hoje terminei de assistir a minissérie Capitu A Vida é uma Ópera!
E qual é a minha conclusão? qual é? a minha conclusão?
Poderia escrever mil pilhérias, redigir uma tese defendendo ou alegando as atitudes de cada personagem do enredo, porém, não farei nada disso nesse tempo percorrido para digerir tudo o que vi e li.
Mas, afinal há alguma conclusão?
A conclusão é tão simples que a esquecemos, Machado de Assis é fascinante!
Ah! Seria insensatez terminar esse post sem dizer sobre a pergunta que nos assombra durante mais de um século, Capitu traiu ou não Bentinho?
No livro estava certa de que Bentinho é um velho solitário e amargurado, queria apenas escrever suas reminiscências por não esquecer de seu amor da juventude. Acusava injustamente Capitu por atitudes que ele achou serem sinais de algum aparente adultério, sendo estas invenções de sua imaginação fértil.
Na Minissérie a dúvida pairou-me novamente, será que Capitu não poderia tê-lo traído?
A interpretação de Michel Melamed emocionou-me tanto que fez-me ver o ponto de vista de Bentinho com uma maneira tão lúdica e graciosa que o aceitei.



Traiu ou não traiu?
Eis a questão!

11 de março de 2012

O Casmurro

Um dos grandes clássicos da literatura nacional, Dom Casmurro revela todo o talento de Machado de Assis na análise psicológica dos personagens e na criação de um clima de incerteza e ambiguidade.
Esta obra gira em torno do possível adultério da personagem Capitu, dividida em 148 capítulos curtos a narração passa-se entre o ano de 1857 a 1885.
O narrador-personagem conta os fatos de sua vida "O meu fim evidente era atar as duas pontas da vida, e restaurar na velhice a adolescência." (II)
Como a história é narrada pelo próprio personagem que vive os fatos, apresenta-se somente um ponto de vista, que este faz favorecendo-se e usando ironias ao retratar os demais personagens.

Traços Tipicamente Machadianos

Machado de Assis utiliza características peculiares em sua escrita, sendo estas usadas também por outros autores em seus livros, no romance Dom Casmurro há importantes observações a serem feitas:
  • Por ser um livro de memórias, a narrativa não segue uma ordem cronológica, é contada a partir das principais lembranças do narrador-personagem.
"Fiquei tão alegre com esta ideia (de escrever um livro), que ainda agora me treme a pena na mão. Sim, Nero, Augusto, Massinissa, e tu grande César, que me incitas a fazer os meus comentários, agradeço-vos o conselho, e vou deitar ao papel as reminiscências que vierem vindo." (II)
  • Em  muitas passagens o leitor é convidado a refletir com o narrador sobre a atitude de determinados personagens, há uma conversa com o leitor.
"Abane a cabeça, leitor; faça todos os gestos de incredulidade. Chegue a deitar fora este livro, se o tédio já o não obrigou a isso antes; tudo é possível, Mas, se o não fez antes e só agora, fio que tome a pegar do livro e que o abra na mesma página, sem crer por isso na veracidade do autor." (XLV)
  • A metalinguagem, recurso que é utilizado no trecho a seguir: 
"Aqui devia ser o meio do livro, mas a inexperiência fez-me ir a trás da pena, e chego quase ao fim do papel, com o melhor da narração por dizer. Agora não há mais que velá-la a grandes pernadas, capítulo sobre capítulo, pouca emenda, pouca reflexão, tudo em resumo. Já esta página vale por meses, outras valerão por anos, e assim chegaremos ao fim." (XCVII - A Saída)
  • Machado tem uma fascínio pela velhice, esta obra é contada por um velho solitário avaliando a sua existência, ao decorrer do livro analisa de uma modo racional e irônico tudo o que ocorreu em sua vida.

Este livro datado de 1899 teve como certa a traição de Capitu até os meados da década de 1950, a partir dos anos 1960, uma escritora americana fez um estudo nomeado de O Otelo Brasileiro de Machado de Assis.
Nesta crítica a obra, a autora Hellen Caldwell consiste em responder duas questões:             
" Capitu é culpada do adultério? "                                                                                                 " Por que o romance é escrito de tal forma a deixar a questão da culpa ou inocência de Capitu para decisão do leitor? "

Por não ter um final esclarecido, fica-se a dúvida em cada leitor se houve ou não a traição de Capitu, um dos pontos interessantes desta obra aberta é o fato de mudarmos de opinião dependendo da época, momento em que o lemos.
Neste momento eu dou como certa que não houve a traição, porém se reler o livro alguns anos adiante. poderei ter outras conclusões, aceitar o ponto de vista de Bentinho, no qual houve a traição.

Olhos de Ressaca

Diria ser automático ao falar dos Olhos de Ressaca lembrar de Capitu, esta metáfora redigida primeiramente pelo agregado José Dias ressalta o olhar de cigana oblíqua e dissimulada. 
A segunda citação dessa característica de Capitu é feita nos últimos capítulos referindo-se a ressaca do mar, isto é, a maneira descrita pelo narrador-personagem do olhar que Capitu atirou sobre o defunto em seu leito de morte.

Capítulos a serem revistos: A Vida é uma Ópera, Uma Reforma Dramática.

Personagens:

Antes de apresentar as características dos principais personagens, destacamos que no livro há somente um ponto de vista, e este descreve todas as singularidades a seguir, sabendo que a veracidade apresentada pode não ser fielmente exposta:

Bento Albuquerque Santigo, ou simplesmente Bentinho - O narrador-personagem, pode ser definido em sua juventude e na velhice:
Juventude: tímido, sem iniciativa. dominado e dependia da mãe, "menos homem, do que Capitu era mulher".
Velhice: advogado, viúvo, solitário, ex-seminarista, amargurado, irônico,  apesar de sempre ter tido recursos financeiros, e valorizava muito isto, é desconfiado e paranoico pelo amor.
Capitu - esta é uma personagem que temos somente o retrato feito pelo marido, definida como esperta, maliciosa, dissimulada, uma figura ambígua, Bentinho diz que ela sempre foi assim.
Escobar - teve uma relação muito próxima com Bentinho o conheceu no seminário, como ambos não tinham nenhuma vocação eclesiástica, seguiram rumos diferentes que o foram propostos ao entrar no seminário, porém a amizade durou anos. Escobar tinha vocação aritmética, adorava os números e tornou-se homem de negócios.
Sancha - amiga de Capitu, casou-se com Escobar, as relações entre os dois casais, Bento e Capitu, Escobar e Sancha eram bastante próximas.

Agora vamos a família de Bentinho:

Dona Glória - viúva e mãe de Bentinho, uma poderosa matriarca egoísta.
José Dias, o Agregado - um personagem típico da época, charlatão, amava os superlativos e era como pagem de Bentinho.
Tio Cosme - desde que enviuvou vivia em casa de Dona Glória, adorava jogar gamão, vez ou outra dizia pilhérias.
Prima Justina - A terceira da casa dos três viúvos.



Afinal, querido leitor, Capitu traiu ou não traiu Bentinho?

Créditos:

http://www.curso-objetivo.br/vestibular/atualidades_online4.aspx

Obra Completa:


Minissérie: Capitu A Vida é uma Ópera


Se preferir também poderá baixar a minissérie pelo torrent clicando no link:



A Vida é uma Ópera

Um dos capítulos mais interessantes na obra Dom Casmurro chama-se A Ópera.
Neste capítulo Bentinho, o protagonista e narrador do romance aceita a teoria de um velho tenor italiano de que "A vida é uma ópera", a seguir um fragmento do capítulo A Ópera, no qual é explicada a teoria.


Deus é o poeta. A música é de Satanás, jovem maestro de muito futuro, que aprendeu no conservatório do céu. Rival de Miguel, Rafael e Gabriel, não tolerava a precedência que eles tinham na distribuição dos prêmios. Pode ser também que a música em demasia doce e mística daqueles outros condiscípulos fosse aborrecível ao seu gênio essencialmente trágico. Tramou uma rebelião que foi descoberta a tempo, e ele expulso do conservatório. Tudo se teria passado sem mais nada, se Deus não houvesse escrito um libreto de ópera, do qual abrira mão, por entender que tal gênero de recreio era impróprio da sua eternidade. Satanás levou o manuscrito consigo para o inferno. Com o fim de mostrar que valia mais que os outros, — e acaso para reconciliar-se com o céu, — compôs a partitura, e logo que a acabou foi levá-la ao Padre Eterno.

— Senhor, não desaprendi as lições recebidas, disse-lhe. Aqui tendes a partitura, escutai-a, emendai-a, fazei-a executar, e se a achardes digna das alturas, admiti-me com ela a vossos pés...

— Não, retorquiu o Senhor, não quero ouvir nada.

— Mas, Senhor...

— Nada! nada!

Satanás suplicou ainda, sem melhor fortuna, até que Deus, cansado e cheio de misericórdia, consentiu em que a ópera fosse executada, mas fora do céu. Criou um teatro especial, este planeta, e inventou uma companhia inteira, com todas as partes, primárias e comprimárias, coros e bailarinos.

— Ouvi agora alguns ensaios!

— Não, não quero saber de ensaios. Basta-me haver composto o libreto; estou pronto a dividir contigo os direitos de autor.

Foi talvez um mal esta recusa; dela resultaram alguns desconcertos que a audiência prévia e a colaboração amiga teriam evitado. Com efeito, há lugares em que o verso vai para a direita e a música, para a esquerda. Não falta quem diga que nisso mesmo está a beleza da composição, fugindo à monotonia, e assim explicam o terceto do Éden, a ária de Abel, os coros da guilhotina e da escravidão. Não é raro que os mesmos lances se reproduzam, sem razão suficiente. Certos motivos cansam à força de repetição. Também há obscuridades; o maestro abusa das massas corais, encobrindo muita vez o sentido por um modo confuso. As partes orquestrais são aliás tratadas com grande perícia. Tal é a opinião dos imparciais.

Os amigos do maestro querem que dificilmente se possa acha obra tão bem acabada. Um ou outro admite certas rudezas e tais ou quais lacunas, mas com o andar da ópera é provável que estas sejam preenchidas ou explicadas, e aquelas desapareçam inteiramente, não se negando o maestro a emendar a obra onde achar que não responde de todo ao pensamento sublime do poeta. Já não dizem o mesmo os amigos deste. Juram que o libreto foi sacrificado, que a partitura corrompeu o sentido da letra, e, posto seja bonita em alguns lugares, e trabalhada com arte em outros, é absolutamente diversa e até contrária ao drama. O grotesco, por exemplo, não está no texto do poeta; é uma excrescência para imitar as Mulheres Patuscas de Windsor. Este ponto é contestado pelos satanistas com alguma aparência de razão. Dizem eles que, ao tempo em que o jovem Satanás compôs a grande ópera, nem essa farsa nem Shakespeare eram nascidos. Chegam a afirmar que o poeta inglês não teve outro gênio senão transcrever a letra da ópera, com tal arte e fidelidade, que parece ele próprio o autor da composição; mas, evidentemente, é um plagiário.

— Esta peça, concluiu o velho tenor, durará enquanto durar o teatro, não se podendo calcular em que tempo será ele demolido por utilidade astronômica. O êxito é crescente. Poeta e músico recebem pontualmente os seus direitos autorais, que não são os mesmos, porque a regra da divisão é aquilo da Escritura: "Muitos são os chamados, poucos os escolhidos". Deus recebe em ouro, Satanás em papel.

— Tem graça...

— Graça? bradou ele com fúria; mas aquietou-se logo, e replicou: Caro Santiago, eu não tenho graça, eu tenho horror à graça. Isto que digo é a verdade pura e última. Um dia, quando todos os livros forem queimados por inúteis, há de haver alguém, pode ser que tenor, e talvez italiano, que ensine esta verdade aos homens. Tudo é música, meu amigo. No princípio era o , e do  fez-se , etc. Este cálice (e enchia-o novamente), este cálice é um breve estribilho. Não se ouve? Também não se ouve o pau nem a pedra, mas tudo cabe na mesma ópera...

Eu, leitor amigo, aceito a teoria do meu velho Marcolini, não só pela verossimilhança, que é muita vez toda a verdade, mas porque a minha vida se casa bem à definição. Cantei um duo terníssimo, depois um trio, depois um quatuor...

Solo - sozinho.
Duo - casamento.
Trio - complicação sentimental, suposto triângulo amoroso.
Quatuor - Ezequiel, o filho da suposta traição.

3 de março de 2012

Desafio

Frase de hoje:

"Se pensa que eu te amo, se pensa que eu choro por você, se pensa que eu te quero e não vivo sem você, pensou certo.!"

2 de março de 2012

Entrando na Onda

Motivada pelas frases românticas que o querido Jonathan aqui posta, resolvi colocar duas hoje, se acha que são como as dele não garanto nada...




O amor só é lindo, quando 

encontramos alguém que nos 

transforme no melhor que 

podemos ser. 


Mário Quintana


Perder tempo em aprender coisas que não interessam, priva-nos de descobrir coisas interessantes. 

Carlos Drummond de Andrade 

Desafio

Frase de hoje:

"Eu queria ser invisível, para em teu quarto entrar e no silêncio da noite, teus lábios beijar."