26 de julho de 2017
#5 maratonando
Minhas férias estão apenas se iniciando e já estou a todo vapor para colocar as séries em dia, ao invés de voltar a reassistir alguma ou retornar outra que não finalizei, estou apostando em coisas novas, entrei na vibe psique com Psi e terminei cara gente branca, a qual está me colocando em um buraco que quanto mais eu cavo, mais parece ter o que cavar, essa metáfora apenas quer dizer que estou me inteirando cada vez mais sobre o racismo, fazendo relações, analogias, comparações e expandindo meu horizonte, me abismando com o quanto discursos racistas são reproduzidos a todo momento e como alguns deles já são naturalizados, passa na minha mente diversos momentos em que ouvi da boca de pessoas próximas falas racistas e atitudes do mesmo tipo, a vez que estava com minha amiga branca na rua a noite e íamos em direção ao apartamento de amigos e ela parou na rua ao ver um grupo de homens negros - os quais ainda acho que nem notaram nossa presença do outro lado da rua -do outro lado da rua e fazia cara de brava para espantá-los e dizia que assim eles não viriam mexer/assaltar a gente, essa mesma amiga foi em um show de uma famosa cantora negra e disse que a cantora pessoalmente era muito feia, tinha traços marcados/exagerados e embora se esforçasse pra ser bonita, jamais o seria, o pai dessa amiga se mostrou homofóbico ao relatar repugnância pela união de um sobrinho com outro homem, a mãe dela, certamente, já foi traída diversas vezes e tem uma relação péssima com o marido que insiste manter por aparência, insiste em aturar um mala sob o mesmo teto que a maltrata, que a ridiculariza, que diz a sua filha que se ela engordar vai ficar feia, enquanto outro amigo afirmou que uma colega negra em comum não parece ser tão inteligente como é por aparentar ser sonsa e introvertida, outro se diz preocupado com as injustiças sofridas com as pessoas negras mas quando sua amiga sofre racismo, ele não oferece nenhum suporte, meu bisavó que era negro chamava seus netos - todos negros - de corvos, minha avó esfregava o indicador no pulso ao se referir a pessoas negras, minha professora de alemão disse que os alemão gostam de pessoas negras e esfregou seu indicador no pulso em vez de falar pessoas negras, um cara que conheci na internet para treinar alemão escreveu que eu não era negra e sim morena como se negra denotasse algo ruim, coisa que era contraditório a ele, uma vez que sabia alemão tão bem quanto ele que era branco e descendente de alemães, quando eu vejo negros representados na televisão, no cinema e em todas as mídias em papéis minoritários traz a sensação de que por mais que eu me esforce nunca terei um papel de protagonismo em minha vida, quando tiro fotos com amigxs e a luminosidade está baixa e aparece quase apenas meus dentes nas fotos e elxs dizem que isso é normal e a foto está ótima e eu deveria ficar feliz pelos meus dentes brancos e saudáveis, quando entro em lojas e sou confundida com vendedoras, quando a cor da minha pele traz o estigma de sensualidade fogosa, quando eu tinha receio de ser chamada por morena por não querer ser vista como apenas um corpo, quando meu cabelo é posto em questão para ser alisado, detesto ser chamada como morena, sinto nojo quando se referem a mim desse modo principalmente com um tom de voz que conota o estigma de sensualidade, quando meu amigo debocha de minha vida amorosa, quando questionam o porquê de eu ainda não ter namorado ninguém,
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