13 de fevereiro de 2014

Sobre o niilismo

Niilismo é uma palavra que foge ao significado áspero do dicionário. É um conceito que foi aprofundado nas visões de diversos filósofos ao decorrer da história e que ainda hoje é motivo de contradição e confusão. Um dos primeiros livros, senão o primeiro, a retratar o niilismo foi Pais e Filhos, do escrito russo Ivan Turguêniev. Uma obra-prima que narra a trajetória existencial de um jovem que se propõe a ter uma vida niilista. Como forma de pensamento tem como principal característica a negação. Negação da arte, negação de valores superiores, negação do progresso da humanidade, negação da vida, tudo é negado no niilismo. Nietzsche deu ao niilismo, ao menos, 4 definições: negativo, reativo, passivo e ativo.

Esquema utilizado na palestra de Roberto Machado dada ao Café Filosófico.



A última definição que não é apresentado no esquema acima é a de niilismo ativo, este entrelaça com a ideia de Eterno Retorno do filósofo. O niilista ativo consegue atingir sua "máxima potência ao afirmar alegremente o eterno eterno". "Vive como se cada instante do tempo, cada instante da vida fosse retornar eternamente". Tendo coragem de suportar este fardo e amando a vida intensamente, Nietzsche se refere a esse amor como Amor Fati.

 Página Glossário

Nietzsche não se refere a uma aceitação passiva da vida nem ao destino como algo já definido. Ele se refere a uma acolhida dos acontecimentos de forma ativa, ou seja, experimentar mesmo o que eu chamaria, com Pessoa, de desassossego e não sucumbir a isso. Acolher acontecimentos no sentido de que, mesmo as piores coisas, possam disparar outras viabilidades pro corpo não padecer. Nesse sentido, a Grande Saúde para Nietzsche engloba, também, ascensões e depressões. Nietzsche foi um cara que viveu doente, mas nunca deixou de produzir. Aliás, era nas épocas de maior adoecimento físico que conseguia elaborar as mais incríveis obras filosóficas. Então, destino para Nietzsche não é algo a que se deva ficar submetido. Acolher o destino é ser ativo na construção dele. Destino como processo, não bem como ponto final. É transformar o que se vive na possibilidade, sempre, de fazer da vida uma potência, de fazer o corpo se movimentar... nunca passividade.
Comentário de Vanessa Monteiro sobre o conceito de Nietzsche.

Para que se possa compreender a ideia de Eterno Retorno do filósofo alemão, sugiro que assista ao vídeo abaixo e depois responda a pergunta que está no final da postagem.







Você vive hoje uma vida que gostaria de viver por toda a eternidade?

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