Até hoje não se explicar por que a perspectiva de estar face a face com Ariadne provocava aquela sensação, ao mesmo tempo de pânico e cálida antecipação, com epicentro no meu estômago. Eu não sabia o que iria fazer em Frondosa, só sabia que, fosse o que fosse, definiria a minha vida. Ou talvez a sensação de calor na boca do estômago fosse comum a todos que se aproximam da boca de um labirinto. Deve haver uma palavra em alemão para o medo de desaparecer para sempre.
Os espiões é um livro de Luís Fernando Veríssimo que tem como objetivo nos colocar diante de um labirinto para, assim, seguirmos as pistas juntamente como os protagonistas do livro na procura de uma figura mitológica que resolveu reviver entre nós com o nome de Ariadne. Com uma escrita peculiar que encanta a todos pelas suas revelações que incluem vingança e suicídio. Escrito em primeira pessoa acompanhamos o mudar de uma rotina e o voltar a ela. Entre o começo e o fim conhecemos a transição do camaleão em Dionísio, e de Dionísio frustado a um legítimo camaleão.
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