27 de junho de 2013

#Parte 4: A Nova Visão de Deus

O Renascimento trouxe consigo uma nova visão de Deus. Quando a filosofia e a ciência se separaram da teologia, começou a surgir paulatinamente uma nova forma de devoção, uma nova religiosidade cristã. Então veio o Renascimento com sua nova visão do homem. E isto também foi importante para a prática religiosa.




Na Igreja católica da Idade Média, a liturgia latina e suas orações rituais haviam sido a verdadeira espinha dorsal do serviço religioso. Somente padres e monges liam a Bíblia, pois ela só existia em latim.

Contudo, durante o renascimento, a Bíblia foi traduzida do aramaico e do grego para as línguas nacionais. E isto foi importante para a chamada Reforma...


Bíblia traduzida para o alemão por Martinho Lutero

Novas interpretações da Bíblia

Com a difusão da imprensa, aumentou o número de exemplares da Bíblia disponíveis aos estudiosos, e um clima de reflexão crítica e de inquietação espiritual espalhou-se entre os cristãos europeus. Surgia, assim, uma vontade individual de entender as verdades divinas, sem a intermediação dos padres. 
Muitos questionavam o comportamento dos padres e do papa, alegando que a Igreja se desviara de seus princípios originais e vivia envolvida em situações comprometedoras, tais como o comércio de indulgências - que era o perdão oferecido pela Igreja aos fiéis - comércio de simonia - coisas sagradas - como espinhos, falsos, que coroaram a fronte de Cristo, fios de cabelo da Virgem Maria, objetos pessoais de santos, etc. 

Reforma Luterana: Luteranismo

              Uma das pessoas que discordava do comportamento da Igreja era Martinho Lutero, um monge católico que nasceu em Eisleben, na Alemanha. 
        Para ele, o homem não precisava tomar o atalho da Igreja ou de seus sacerdotes para conseguir o perdão de Deus. Muito menos o perdão de Deus dependia de uma soma paga à Igreja em troca de indulgência. 
            Ele queria voltar às origens do cristianismo. "Somente as Escrituras", dizia ele. Com esta palavra de ordem, Lutero pretendia "voltar às fontes" do cristianismo, assim como os humanistas do Renascimento queriam voltar às fontes da arte e da cultura da Antiguidade. 
            Lutero dizia que o homem não obtinha o perdão de Deus e a libertação de seus pecados por meio dos rituais da Igreja. Para ele, a redenção era concedida ao homem de forma "inteiramente grátis", através unicamente da fé. E ele chegada a isto com as leituras da Bíblia.


Outros personagens também foram importantes ao se romperem com a Igreja Católica e formar uma nova religião baseada em alguns interesses próprios. O rei Henrique VIII fundou o Anglicanismo e João Calvino o Calvinisno.

Para saber mais sobre essas duas religiões formadas durante a Reforma Protestante:





Esta é a última parte desta aventura pelo Renascimento! 

A nossa próxima parada será a cultura barroca.

17 de junho de 2013

#Parte 3: Novo Método Científico


Novos instrumentos e outras invenções começaram a se suceder em ritmo cada vez mais acelerado. Um instrumento importante foi, por exemplo, o telescópio, que criou condições absolutamente novas para a astronomia. Este novo método tratava-se de investigar a natureza por meio dos próprios sentidos. O princípio vigente agora era o de que a investigação da natureza devia se construir fundamentalmente na observação, na experiência e nos experimentos. Chamamos este método de método empírico.

Visão Heliocêntrica do Mundo

Em 1543, surgiu uma obra intitulada Das revoluções dos mundos celestes. Nesta obra, Copérnico afirmava que o Sol ocupa o centro do Universo e a Terra gira ao seu redor.
Isso era um absurdo para a maioria das pessoas de então, pois, olhando para o céu tem-se a impressão de que o Sol é que se move ao redor da Terra. O heliocentrismo também era chocante para essa época porque contrariava a teoria de que a Terra era o centro do universo, proposta pelo filósofo Claudio Ptolomeu no século II e aceita desde a Antiguidade.

Representação dos sete planetas em torno do Sol de acordo com a visão proposta por Copérnico  A imagem integra a obra Harmonia macrocósmica  e Andreas Cellaruis, publicado em Amsterdã em 1660.

As ideias de Copérnico não tinham nenhuma prova dos movimentos circulares, a não ser a antiga concepção de que os corpos celestes eram esferas que descreviam trajetórias circulares, simplesmente porque eram "celestiais. Desde os tempos de Platão, as esferas e os círculos eram considerados as figuras geométricas perfeitas. 

No século XVI, Giordano Bruno foi condenado à morte na fogueira por defender ideias semelhantes.  

Em inícios do século XVII, o astrônomo alemão Johannes Kepler apresentou os resultados de exaustivas observações, que provavam que os planetas se moviam em trajetória elípticas, ou ovais, em torno de um foco, o Sol. Ele também comprovou que os planetas se movimentam tanto mais rapidamente quanto maior é a sua proximidade do Sol. Por fim, provou ainda que um planeta se movimenta tanto mais lentamente quanto maior é a distância que o separa do Sol. Somente com os estudos de Kepler ficou claro que a Terra é um planeta como todos os outros. Kepler afirmou também que essas mesmas leis físicas valem para todo o universo.

No início do século XVII, as teoria de Copérnico foram testadas por Galileu Galilei. Observando o movimento dos planetas, Galileu confirmou algumas das teorias de Copérnico e publicou livros relatando suas descobertas.
Galileu também foi perseguido por membros da Igreja que sentiam sua autoridade ameaçada por novas teorias. Ele negou publicamente suas ideias para não morrer na fogueira. Em 1979, mais de três séculos depois da perseguição a Galileu, o papa João Paulo II ordenou um reexame do processo contra ele e, em 1992, reconheceu o erro do Vaticano na época.

O documentário Mentes Brilhantes relata uma breve história de quatro físicos que mudaram a nossa percepção do cosmos. Na primeira parte apresenta-se Galileu Galilei, desde as suas primeiras críticas as teorias de Aristóteles até a formulação de sua teoria e a negação desta diante a Igreja Católica.




Com a ajuda de um telescópio, Galileu Galilei observou os corpos celestes. Ele também descobriu que o planeta Júpiter tem quatro luas. A Terra não era, portanto, o único planeta que tinha lua. O mais importante ,contudo, é que Galileu descobriu a chamada lei da inércia, porém sua formulação não foi feita por ele, mas por Isaac Newton.




Neste segundo vídeo termina-se a história de Galileu e  se inicia a de Isaac Newton. Devemos a ele a descrição definitiva do sistema solar e dos movimentos dos planetas. Ele não apenas conseguiu descrever como os planetas se movimentam ao redor do Sol como também explicar exatamente por que o seu movimento é como é. Newton mostrou que as mesmas leis válidas para os movimentos dos corpos também eram válidas para todo o universo. Com isto ele afastou do caminho antigas ideias medievais segundo as quais as leis "do céu" eram diferentes das da Terra. A visão heliocêntrica do mundo encontrou, assim, sua confirmação e uma explicação definitiva. Mas a fé do próprio Newton não foi abalada. Ele considerava as leis da natureza provas da existência de um grande e poderoso Deus. Já o mesmo não se pode dizer da imagem que o homem fazia de si mesmo.



Muitos biógrafos de Newton descrevem seu comportamento sensível e obcecado característico de uma doença maníaco-depressiva e admitem que nenhum humano normal seria capaz de escrever a obra-prima de Newton "Principia" em apenas 18 meses. Nesta obra, publicada em 1687,  Newton determina o movimento de todos os objetos, desde os mais simples aos mais complexos.

Capa da Obra-Prima de Isaac Newton



Que tipo de ações praticadas na Igreja era alvo de críticas da sociedade?

Quando surgiram  conflitos entre católicos e protestantes?

Quer saber a resposta das perguntas acima? 

Essas e outras estarão na quinta e última parte desta aventura pelo renascimento!

#Parte 5: A Nova Visão de Deus


15 de junho de 2013

#Parte 3: Nova Concepção de Vida do Renascimento


O mais importante produto do Renascimento foi uma nova visão do homem. Os humanistas do Renascimento desenvolveram uma crença totalmente nova no homem e em seu valor, o que se opunha frontalmente à Idade Média, período em que se enfatizava somente a natureza pecadora do homem. 
Durante toda a Idade Média, o ponto de partida sempre fora Deus. Os humanistas do Renascimento, ao contrário, têm como ponto de partida o próprio homem.

O humanismo do Renascimento foi muito mais marcado  pelo individualismo do que o humanismo da Antiguidade. Não somos apenas pessoas; somos indivíduos singulares. Este pensamento podia levar a uma adoração irrestrita do gênio. O ideal passou a ser, então, aquilo que chamamos de o homem renascentista. Entendemos por isto um homem que se ocupa de todos os aspectos da vida, da arte e da ciência. Além disso, a nova visão do homem mostrava-se também no interesse pela anatomia do corpo humano. 

Homem Vitruviano, Leonardo da Vinci

Como na Antiguidade, começaram-se a dissecar os mortos, a fim de se descobrir como era constituído o corpo humano.


A nova imagem do homem levou a uma concepção de vida absolutamente nova. O homem não existia apenas para servir a Deus, mas também para ser ele próprio. Por esta razão, o homem podia desfrutar aqui e agora e dua própria vida. E se o homem podia se desenvolver livremente, ele tinha possibilidades ilimitadas. Seu objetivo era ultrapassar todas as fronteiras.



Mas durante o Renascimento floresceu também aquilo que chamamos de "anti-humanismo". refiro-me com isto a uma Igreja e a um poder estatal autoritários. Durante o Renascimento houve também processos contra bruxos e bruxas, execuções em fogueiras, magia, superstição, sangrentas guerras religiosas e ainda a brutal conquista da América.
Nenhuma época é apenas boa ou apenas ruim.O bem e o mal perpassam toda a história da humanidade como dois fios de uma meada. E frequentemente se entrelaçam um no outro.

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Qual a contribuição de Copérnico, Kepler, Galileu Galilei e Isaac Newton para a humanidade?

Qual a importância da obra Principia de Isaac Newton?


Essas e outras informações você encontrará na #Parte 4!

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14 de junho de 2013

Zitate


Lernen besteht in einem Erinnern von Informationen,     die bereits seit Generationen in der Seele des Menschen wohnen. 

Sokrates

#Parte 2: Arte Renascentista

As ideias do humanismo também influenciaram os artistas. Durante a Idade Média, quase todos os pintores e escultores trabalhavam para a Igreja. Suas obras representava passagens da Bíblia, a vida de Jesus Cristo e dos santos. Com o humanismo, os artistas passaram a focam outros assunto, como temas relacionados aos gregos e romanos antigos, paisagens e retratos.

A Mona Lisa
Leonardo da Vinci - 1503
 
Pintura Medieval – circa de 1200
Autor Desconhecido
 
O quadro de Cristo é uma pintura da idade média. Não há profundidade, não há trabalho com as cores, não há “Chiaro escuro”. Quando comparamos este tipo de pintura com “A Mona Lisa” de Leonardo da Vinci, podemos compreender a importância do Renascimento, e o maravilhoso papel de Da Vinci na História da arte. Estes dois trabalhos também ilustram que a obra deve ser estudada em seu tempo, comparando com o que existia antes, e não com o que apareceu depois.

Uma premissa importante do Renascimento foi a transição da economia à base de troca para a economia monetária. No final da Idade Média, havia cidades de comércio intenso e de comerciantes experientes, com economia de base monetária e sistema bancário. Desta forma surgiu uma burguesia que havia conquistado certa independência com referência às necessidades vitais básicas. O que se precisava para viver comprava-se agora com dinheiro.


Qual foi a visão de mundo dos humanistas renascentistas? 
O que foi o anti-humanismo?

Você só saberá a resposta a estas perguntas se ver a #Parte 3 dessa viagem pelo Renascimento!

10 de junho de 2013

Renascimento #Parte 1

Por Renascimento entende-se uma período abrangente de apogeu cultural que se iniciou em fins do século XIV. 

Giovanni Bellini

Este movimento começou no Norte da Itália e depois se expandiu rapidamente rumo ao norte ao longo dos século XV e XVI.

Depois da longa Idade Média que via todos os aspectos da vida a partir de um prisma divino, o homem volta a ocupar o centro de tudo, chamamos isto de humanismo do Renascimento. 
A égide deste movimento era a seguinte: "De vota às fontes!", e a principal fonte era o humanismo da antiguidade. "Desenterrar" esculturas antigas e manuscritos da Antiguidade tornou-se quase um esporte popular. O estudo do humanismo grego também tinha um objetivo pedagógico: o estudo de temas humanistas levava uma "formação clássica", capaz de elevar o homem a um nível superior de existência.


O Renascimento significou uma fase de alargamento dos limites humanos. O novo espírito de investigação proporcionou progressos técnicos e conceituais,                        além de questionamentos religiosos que abriram caminhos para as reformas religiosas.


Os três inventos da imagem acima                                                    - a impressão de livros, a bússola e a pólvora -                      foram os pressupostos mais importantes para a nova era, que chamamos de Renascimento.

A bússola facilitou a navegação. 
Em outras palavras, ela foi um pressuposto importante para os grandes descobrimentos.                                                                                               

O mesmo vale para a pólvora. 
As novas armas trouxeram a supremacia europeia sobre as culturas americana e asiática. Mas também na Europa a pólvora foi de grande importância. 

E a impressão de livros foi importante para difundir os novos pensamentos do Renascimento humanista. 
Em 1540, Johannes Gutenberg inventou o sistema de impressão com tipos móveis. 
Até então, os textos eram copiados à mão, um trabalho lento sujeito a muitos erros. 
Com a invenção da imprensa, os livros se tornaram mais acessíveis a um público muito maior e mais fiéis ao original.


Em que artistas do Renascimento se inspiraram para pintar quadros                                   e fazer esculturas?

Foi no Renascimento que passaram a usar o dinheiro como moeda de troca? 

Essas questões serão respondidas na #Parte 2 sobre o Renascimento!