31 de outubro de 2012

A mercê

Não somos imunes as coisas corriqueiras da vida, ou seja, não estamos livres de problemas. Eu tenho, você tem, ele tem problemas. Mas afinal, por que temos problemas?
Vemos diariamente nos meios de comunicação a harmonia que há, por exemplo em uma família de comercial de margarina. Perceba, todos estão com roupas claras, sorrisos e gestos carinhosos uns com os outros. Mas será esta uma família perfeita? Quem inventou a perfeição?
Eu não estou imune de erros, e erro constantemente. Sabe aquele complexo expectativa x realidade? Eu tenho a todo momento, imagino tendo uma eloquência incrível e persuadindo as pessoas achando que elas melhorarão com o que eu digo.
Estou tão confusa no momento pelo qual uma reação em cadeia acontece na minha família. Será que o que tenho é mesmo rancor no coração? De onde viria esse rancor?
Ou será que quero novamente implantar uma realidade que para outros não é a mesma?
Sei o que Nietzsche escreveu, concordo com esta afirmação. Mas nem todos sabem e não desejam saber. Velho ditado que diz "fala o que não deve, escuta o que não quer". E o amor onde entra em tudo isso? 
Já dizia Hegel, "Nada do que é real é racional". O amor é um sentimento que não podemos explicar e pelo fato de não haver explicação racional não é real, seguindo os pensamentos de Hegel. E quando amamos, amamos porque achamos bonito ou achamos bonito porque amamos? A aparência de certa maneira está ligada ao amor, ao amor que tanto lutaram para exercê-lo como hoje acontece. Acredito em Gikovate, devemos escolher nossos parceiros amorosos por afinidades intelectuais. Conhecer uma pessoa aqui e ali conheceremos sempre. Acharemos ser uma dessas pessoas a tão considerado "amor de uma vida". Como podemos afirmar que uma pessoa que conhecemos pode ser considerado o "amor de uma vida"? 
Não é pessimismo, instinto trágico ou qualquer outro tipo de coisa, somente percebo como  um casamento as pressas ou decidido momentaneamente pode acabar. Se um dia quiser se casar por amor, não se case. O amor acaba e você fica sofrendo por não querer admitir isso. Só peço um pouco de sabedoria, discernimento e experiência adquirirei com o tempo.   O que me move hoje para mais perto da filosofia é o fato de compreender o que foi, o que é e tentar desvendar o que será. E principalmente entender a filosofia humana. 

25 de outubro de 2012

Dias da Semana




Café Filosófico 25/12/2012



Nunca diga te amo se não te interessa. 
Nunca fale sobre sentimentos se estes não existem. 
Nunca toque numa vida se não pretende romper um coração. 
Nunca olhe nos olhos de alguém se não quiser vê-lo se derramar em lágrimas por causa de ti.
A coisa mais cruel que alguém pode fazer é permitir que alguém se apaixone por você quando você não pretende fazer o mesmo. 

Mário Quintana —




20 de outubro de 2012

Fábula sobre o tempo


Era uma vez uma família. O irmão mais velho chamava-se Poder. O irmão do meio chamava-se Dinheiro e a irmã, mais nova, chamava-se Fama. Eles eram admirados por todos. Onde passavam era um alvoroço geral. Todos queriam vê-los. 
Eles tinham um servo que se chamava Chronos. Este nunca era notado. Mas tudo passava por ele. O irmão mais velho – Poder - precisou e precisava muito dos serviços do servo Chronos para manter o controle sobre todas as coisas. O irmão do meio, o Dinheiro, se pudesse teria 10 ou 1000 servos como Chronos. 
Tantas vezes lamentava porque tinha apenas um servo chamado Chronos e, por ter apenas um, perdera muitas oportunidades de bons negócios. A Fama, irmã mais nova, andava sempre furiosa atrás de Chronos, pois cada segundo de exposição significava um pouco mais de vida para a ela.
Nesta família composta pelos irmãos Poder, Dinheiro e Fama, Chronos nunca foi respeitado. Julgavam que o teriam para sempre a seu dispor. Um dia, o senhor Poder chamou com toda autoridade por Chronos, mas ele não compareceu. O Dinheiro imediatamente propôs: vamos contratar outro. A Fama ficou histérica e começou a gritar: se eu não aparecer, serei esquecida por todos. Em meio à agitação da casa, passos foram ouvidos – esperavam que fosse Chronos, mas eis que o visitante inesperado gentilmente se dirigiu a eles:
Meu nome é Thanatos. Vocês já me viram em outras ocasiões, mas pensavam que Chronos estaria sempre ao dispor de vocês. Por favor – senhores e senhora – queiram me acompanhar! 



Chronos é a personificação do tempo na mitologia grega e Thanatos é a personificação da morte. 
Rev. Valdinei Ferreira

Encontrei esta fábula no facebook, esta que foi compartilhada pela página Língua Portuguesa e pertence a página Uma Vida Maior - Para quem Acredita em Vida antes da Morte.
Este texto fez-me lembrar do quão repentina é a morte, mesmo quando trata-se de alguém que sabemos que não há muito tempo de vida, queremos ter essa pessoa por perto achando que aqui é o melhor lugar.
Na quarta-feira a tarde recebi a notícia de que minha vó havia falecido. Na madrugada de quarta-feira, minha avó estava muito inquieta em sua casa, sentia dores e nenhum remédio mais a ajudava. Ela foi levada ao hospital. Durante o almoço minha mãe me disse não haver mais nada que a pudesse ajudar, era questão de tempo para ela morrer.
Hoje faz 3 dias que minha avó faleceu, mas percebo que meus tios e tias, inclusive a minha mãe estão "avoados". Certamente perder uma mãe deve ser uma dor incalculável, o que me faz seguir em frente é saber que há vida depois da morte e principalmente que a minha avó se libertou de todas as dores que carregava consigo em seu corpo. Sua situação estava deplorável e a morte foi uma mudança de estado. Ela deixou a vida terrestre e está vivendo uma vida celestial. Acredito que a morte é uma passagem, onde deixamos aqui o nosso corpo, o qual habita todas as nossas dores e anseios, e nossa alma vaga despreocupadamente para outro lugar. 

19 de outubro de 2012

Mitologia Oriental

Zoroastro

Nosso conhecimento da religião dos antigos persas deriva principalmente do Zendavesta, o livro sagrado daquele povo. 



Zoroastro foi o fundador de sua religião, seu sistema tornou-se a religião dominante da Ásia Ocidental, desde o tempo de Ciro (550 a.C.) até a conquista da Pérsia por Alexandre Magno.




Zoroastro ensinava a existência de um ser supremo que criou outros dois seres, Ormuzd (conhecido pelos gregos como Oromasdes) permaneceu fiel a seu criador e era considerado a fonte de todo o bem, enquanto Arimam (Arimanes) revoltou-se, tornando-se o autor de todo o mal que existe sobre a Terra.
Ormuzd criou o homem, dando-lhe tudo aquilo que seria necessário para à sua felicidade; mas Ariman arruinou essa felicidade ao introduzir maldades no mundo.
Em consequência desse desdobramento, os devotos de Ormuzd e Ariman estão constantemente em guerra. Mas esse estado não irá durar para sempre. Virá o dia em que os devotos de Ormuzd serão vitoriosos, e Ariman e seus seguidores serão destinados à escuridão eterna.

Os persas na Antiguidade adoravam o fogo, a luz e o sol, como emblemas de Ormuzd, a fonte de toda a luz e da pureza, mas não consideravam divindades independentes.
Os ritos religiosos e as cerimônias eram regulamentadas por sacerdotes conhecidos como magos. A sabedoria dos magos estava ligada à astrologia e ao encantamentos, assuntos que dominavam tão bem que seu título passou a ser usado por todos os grupos de mágicos e encantadores.

Mitologia Hindu

A religião dos hindus foi fundada, segundo está expressamente admitido, pelos Vedas. Os hindus atribuem a maior santidade a esses livros, afirmando que o próprio Brahma os escreveu. A disposição atual dos Vedas, porém, é atribuída ao sábio Viasa, que viveu há cerca de cinco mil anos.
Os Vedas ensinam a crença em um Deus supremo. O nome dessa divindade é Brahma. Seus atributos são representados pelos três poderes personificados da criação, conservação e destruição, que sob os nomes respectivos de Brahma, Vishnu e Shiva formam o Trimuri, ou trindade dos principais deuses hindus.

Brahma

Brahma é o criador do universo e a fonte de onde emanaram todas as divindades individuais e pela qual elas serão, finalmente, absorvidas. "Assim como o leite se transforma em coalho e a água, em gelo, assim Brahma se transformou e se diversificou em várias coisas, sem qualquer ajuda de recursos exteriores." A alma humana, de acordo com os Vedas, constitui uma parte do poder supremo, do mesmo modo que uma fagulha pertence ao fogo.



Vishnu




Vishnu personifica o princípio conservador de proteger os bons ou punir os maus, através de diferentes encarnações ou formas corporais. O primeiro avatar foi o de Matsia, o Peixe, forma sob a qual Vishnu preservou Manu, o antepassado da raça humana, durante um dilúvio universal. O segundo avatar foi sob a forma de uma Tartaruga, que Vishnu assumiu para proteger a Terra quando os deuses estavam agitando o mar, à procura de uma bebida que dava a imortalidade, Anrita.
Omitiremos os outros avatares, que tinham a mesma finalidade geral, isto é, de proteger o bem ou punir os maus, e chegaremos ao nono, que é o mais celebrado dos avatares de Vishnu, no qual ele apareceu sob a forma humana de Krishna, um guerreiro invencível, que, por suas façanhas, livrou a Terra dos tiranos que a oprimiam. Os adeptos do brahmanismo consideraram Buda como uma encarnação ilusória de Vishnu, assumida por ele a fim de induzir os Asuras, adversários dos deuses, a abandonar os ensinamentos sagrados dos Vedas, graças ao que eles perderiam sua força e supremacia.
Calque é o nome do décimo avatar, no qual Vishnu aparecerá no fim da época presente do mundo, para destruir todos os vícios e malvadezas e restituir à humanidade a virtude e a pureza.



Shiva







Shiva é a terceira pessoa da trindade hindu. É a personificação do princípio destruidor. Embora venha em terceiro lugar, no que diz respeito ao número de adoradores e à extensão do culto, é mais importante que os outros dois. Nas Puranas (Escrituras da moderna religião hindu), representa melhor as forças de regeneração do que as de destruição.
Os adoradores de Vishnu e Shiva formam duas seitas, cada uma das quais proclama a superioridade de sua divindade favorita, negando as pretensões da outra, ao passo que Brahma, o criador, tendo completado sua obra, já não é considerado como um deus em atividade e só possui um templo na índia, ao passo que Maadeva (outro nome de Shiva) e Vishnu têm inúmeros.Os adoradores de Vishnu destacam-se, geralmente, por maior apego à vida e conseqüente abstinência de alimentos de origem animal e um culto menos cruel que o dos adoradores de Shiva. 

Thomas Bulchinch, O livro de ouro da mitologia
XXXVII MITOLOGIA ORIENTAL — ZOROASTRO — MITOLOGIA HINDU  369

13 de outubro de 2012

Ragnarok

O CREPÚSCULO DOS DEUSES


         Os nórdicos acreditavam firmemente que chegariam a um tempo em que seriam destruídos, com toda a criação visível, os deuses do Valhala e de Niffleheim, os habitantes de Jotunheim, Alfheim e Midgard, juntamente com suas moradas. O pavoroso dia da destruição não viria, porém, inesperadamente. Para anunciá-lo surgiria, primeiro, um inverno tríplice, durante o qual a neve cairia dos quatro cantos do céu, o congelamento seria rigoroso, o vento cortante, o tempo tempestuoso e o sol não traria alegria. Suceder-se-iam três invernos sem serem temperados por um único verão. Três outros invernos seguir-se-iam, durante os quais a guerra e a discórdia se espalhariam pelo universo. A própria Terra ficaria amedrontada e começaria a tremer, o mar sairia de seu leito, o céu se abriria e os homens morreriam em grande número, enquanto as águias do ar se regozijariam sobre seus corpos trêmulos. O lobo Fenris arrebentará a corrente que o prende, a serpente de Midgard levantar-se-á de seu leito no mar e Loki, libertado de suas cadeias, juntar-se-á aos inimigos dos deuses. No meio da devastação geral, os filhos de Musplheim acorrerão, sob a chefia de Surtur, adiante e atrás do qual irromperão, chamas devastadoras. Os assaltantes avançariam pela ponte do arco-íris, Bifrost, que se quebraria sob os cascos dos cavalos. Sem se incomodar com a queda, porém, eles se dirigiriam ao campo de batalha chamado Vigrid, onde também apareceriam o lobo Fenris, a serpente de Midgard, Loki com todos os seguidores de Hela e os gigantes do Gelo.
         Heindall levantar-se-ia e soaria a trombeta Giallar, para chamar à luta todos os deuses e heróis. Os deuses avançam, chefiados por Odin, que ataca o lobo Fenris, mas cai vítima do monstro, que, por sua vez, é morto pelo filho de Odin, Vidar. Tor destaca-se, matando a serpente de Midgard, mas cai morto, sufocado pelo veneno que o monstro moribundo vomita sobre ele. Loki e Heindall enfrentam-se e ambos são mortos. Tendo caído na batalha os deuses e seus inimigos, Surtur, que matou Freyr, incendeia o universo, que é inteiramente consumido pelo fogo. O sol se apaga, a terra se afunda no oceano, as estrelas caem do céu, e deixa de haver o tempo.                                                                                                              Depois disso, Alfadur (o Todo-Poderoso) fará com que surjam do mar um novo céu e uma nova terra. A nova terra contará com abundantes recursos, que produzirão espontaneamente os seus frutos, sem necessidade de trabalho ou preocupação. A maldade e a miséria não serão mais conhecidas, e os deuses e os homens viverão felizes para sempre.



       

Glossário da Mitologia Nórdica



ALBERICH: anão da raça dos nibelungos que roubou o Ouro do Reno das ninfas e
forjou o anel de poder. Pai de Hagen.
ALFHEIM: terra dos elfos felizes, situada próxima a Asgard, morada dos deuses.
ANDARILHO: disfarce utilizado por Wotan para percorrer o mundo.
ANEL: objeto mágico forjado por Alberich que desperta a cobiça de deuses e
homens.
ANÕES: também chamados de Nibelungos, vivem em seu país situado abaixo da
terra.
ÁRVORE DA VIDA: também chamada de Yggdrasil, é o grande freixo que está
situado no meio do mundo.
ASGARD: a morada dos deuses, construída por Wotan.
ASK: o primeiro homem, criado a partir de um pedaço de tronco.
AUDHUMLA: a vaca primordial que surgiu junto com o gigante Ymir.
BERGELMIR: filho do gigante Thrudgelmir, deu origem à descendência dos gigantes que habitaria Jotunheim, a terra dos gigantes.
BESTLA: giganta, casou-se com Bor e deu origem aos três primeiros deuses do
panteão nórdico: Wotan (ou Odin), Vili e Ve.
BIFROST: a ponte do arco-íris que liga o mundo dos mortais a Asgard, o lar dos
deuses.
BOR: filho de Buri, foi pai de Wotan, Vili e Ve, as primeiras divindades.


BRUNHILDE: filha de Wotan e de Erda, era uma das Valquírias. Após desobedecer ao pai foi punida com a perda desta condição, tornando-se uma mortal comum.
BURI: antepassado dos deuses, veio ao mundo quando a vaca Audhumla lambeu o gelo de um iceberg até que ele surgisse.
CREPÚSCULO DOS DEUSES: o fim do mundo, época em que os deuses deixarão
de existir. Também chamada de Ragnarok. A versão relatada, aqui, difere muito daquela consagrada nos mitos nórdicos, que a apresenta como uma grande batalha apocalíptica travada entre deuses e gigantes.
DRAGÃO: monstro que guarda o anel e o tesouro dos nibelungos. Originariamente, era o gigante Fafner que, graças ao mágico elmo de Tarn, pôde se metamorfosear no temível dragão que o herói Siegfried termina por abater em um sangrento duelo.
EINHERIAR: os guerreiros mortos recolhidos pelas Valquírias que farão parte do
exército de Wotan e que estão reunidos no palácio do Valhalla.
ELFOS: criaturas de grande virtude moral que surgiram da carne de Ymir, gigante
abatido por Wotan e seus irmãos. Originariamente, eram vermes, tais como os anões.
ELMO DE TARN: elmo mágico fabricado pelo anão Mime, que dá a quem o possui o poder de se locomover, rapidamente, de um lugar para o outro, além de se
metamorfosear em qualquer ser.
EMBLA: a primeira mulher que surgiu de uni tronco de árvore, a exemplo de Ask, o primeiro homem.
ERDA: divindade da terra, amante de Wotan. Era a deusa da sabedoria e mãe de
Brunhilde e de todas as Valquírias.
FAFNER: um dos gigantes que construíram o Valhalla. Mais tarde, transformou-se em um dragão para proteger o anel que recebera como pagamento pela obra.
FASOLT: irmão de Fafner, era gigante como este. Foi morto pelo irmão, após ter
construído com ele o Valhalla, durante uma discussão pela posse do anel.
FLOSSHILD: uma das ninfas do Reno que protegiam o ouro ali escondido.



FREYA: deusa do amor e da juventude, foi entregue por Wotan aos gigantes Fafner e Fasolt como garantia pelo pagamento da construção do Valhalla.
FRICKA: esposa de Wotan, deusa do casamento e da fidelidade.
GIBICH: fundador do clã dos Gibichungs, era pai de Gunther e Gutrune.
GIBICHUNGS: família que protagoniza alguns dos episódios mais importantes do
"Crepúsculo dos Deuses", era composta pelos irmãos Gunther e Gutrune.
GIGANTES: raça criada a partir do gigante Ymir. Na história do Anel, são apenas
dois: Fafner e Fasolt.
GINNUNGAGAP: o abismo vazio que existia antes de o mundo ser formado.
GLADSHEIM: o magnífico palácio de Wotan, instalado em Asgard.
GRIMGERDE: uma das nove Valquírias.
GRIMHILDE: esposa de Gibich, vendeu-se a Alberich, o nibelungo, para que este
pudesse gerar o ambicioso Hagen, meio-irmão de Gunther e Gutrune.




GUNGNIR: a lança de Wotan, onde o deus registra todos os seus acordos. Termina partida por Siegfried num duelo que o deus mantém com seu neto, sendo derrotado por este, simbolizando, ao mesmo tempo, o declínio da velha divindade.
GUNTHER: irmão de Gutrune, deseja casar-se com Brunhilde. Para isso, arma uma trama com Siegfried, que termina com funestas conseqüências para todos.
GUTRUNE: irmã de Gunther, deseja casar-se com Siegfried, mas vê seus objetivos
frustrados após a morte do herói, assassinado traiçoeiramente por Hagen, filho de
Alberich e meio-irmão de Gutrune.
HAGEN: filho do nibelungo Alberich, transforma-se no carrasco de Siegfried para
poder se apossar do anel.
HEIDRUN: cabra que fornecia o hidromel, a bebida dos deuses, aos habitantes do
Valhalla.


HEIMDALL: vigia que guardava a ponte Bifrost, que ligava o mundo mortal a Asgard. Estava sempre munido de uma trompa para anunciar aqueles que por ela atravessassem.
HEL: deusa infernal, filha de Loki. Comandava o reino dos mortos.
HLIDSKIALF: o trono mágico de Wotan. Dali ele podia observar tudo quanto se
passava nos Nove Mundos.
HUGIN: um dos corvos mensageiros de Wotan. Seu nome significa "Pensamento".
HUNDING: marido de Sieglinde, termina por matar o irmão da esposa, Sigmund,
num duelo. Wotan, em seguida, pune-o também com a morte.
IDAWOLD: planície situada acima da terra que abrigava Asgard, a morada dos
deuses.
IFFING: o rio que separava Idawold, a planície que abrigava Asgard, do restante do universo.
JOTUNHEIM: a terra dos Gigantes. Bergelmir e sua esposa, únicos gigantes
sobreviventes de um massacre promovido por Wotan e os demais deuses, foram lá
buscar refúgio, acabando por fazer de Jotunheim o novo lar dos gigantes.
LERAD: árvore mágica, cujas folhas alimentavam a cabra Heidrun, fornecedora do hidromel aos guerreiros do Valhalla.
LOKI: filho de gigantes, era o mais esperto e ladino dos deuses. Também assume a
persona de deus do fogo, a partir da segunda parte da tetralogia do Anel dos Nibelungos.
MIDGARD: ou Terra-Média, era a morada dos mortais, construída por Wotan e seus irmãos no começo dos tempos.
MIME: irmão de Alberich, é um nibelungo como ele. Pai de criação de Siegfried,
termina morto por este ao tentar assassiná-lo para se apoderar do anel que este
conquistara do dragão Fafner. MIMIR: gigante cuja cabeça reside às margens do rio da sabedoria. Exigiu que Wotan lhe desse um de seus olhos para deixá-lo beber da fonte.
MUNIN: um dos corvos mensageiros de Wotan. Seu nome significa "Memória".
MUSSPELL: reino primordial do fogo, que havia antes da Criação.
NIBELUNGOS: raça de anões escuros que vivem embaixo da terra, no País dos
Nibelungos.
NIDAVELLIR: outra denominação da morada dos anões.
NIDHOGG: serpente venenosa que habita o Niflheim, região sombria dominada pela sinistra deusa Hei.
NIFLHEIM: morada dos mortos e das névoas geladas, habitada por Hei.
NORNAS: filhas de Erda, são em número de três e tecem o fio da vida e da morte.
Eqüivalem às Moiras gregas ou às Parcas dos latinos.



NOTUNG: a espada invencível forjada por Wotan, que Siegfried reforjou junto com o anão Mime.
ODIN: outra denominação (mais popular) que se dá a Wotan, pai dos deuses.
OURO DO RENO: tesouro escondido nas profundezas do Reno, guardado por três
ninfas, que o anão Alberich rouba para forjar o Anel de Poder. 
RAGNAROK: o mesmo que o "Crepúsculo dos Deuses", época apocalíptica na qual os deuses deixarão de existir após uma conflagração universal.
RATATOSK: esquilo que percorre os galhos da Arvore da Vida, levando recados
desaforados que a águia transmite à serpente Nidhogg e vice-versa.
ROSSWEISE: uma das nove Valquírias, filhas de Wotan e Erda.



RUNAS: alfabeto nórdico que teria propriedades mágicas. Wotan esteve por nove
noites preso à Arvore da Vida para obter os segredos mágicos que as runas podem
transmitir aos seus iniciados.
SAEHRIMNIR: o javali gigante que os guerreiros do Valhalla devoram todas as
noites, mas que renasce sempre no dia seguinte, intacto, para ser devorado outra vez.
SCHWERTLEITE: uma das nove Valquírias, filhas de Wotan.
SIEGFRIED: filho de Sigmund e de sua irmã Sieglinde, era neto de Wotan. Libertou Brunhilde de seu confinamento num rochedo cercado de chamas e enfrentou o dragão
que guardava o Anel de Poder. Morreu pelas mãos traiçoeiras de Hagen, filho do
nibelungo Alberich.
SIEGLINDE: filha de Wotan e irmã de Sigmund, teve um romance com o próprio
irmão, do qual surgiu Siegfried, o maior herói da saga germânica do Anel.
SIEGRUNE: uma das Valquírias.
SIGMUND: filho de Wotan, era irmão de Sieglinde e foi morto pelo esposo dela,
Hunding, em um duelo. Era pai de Siegfried.
SKULD: uma das três Nornas, deusas que presidem o destino. Tinham o dom de
prever o futuro.
SLEIPNIR: o cavalo de oito patas de Wotan, o cavalo mais veloz do universo.
SVARTALFHEIM: a morada dos gnomos (ou elfos sombrios), que está situada nas profundezas da terra.
THRUDGELMIR: gigante nascido das pernas do gigante primordial Ymir. É um dos mais antigos ascendentes da estirpe dos Gigantes.
URD: uma das Nornas, deusas do destino, que tem o conhecimento do passado.
URDAR: o poço cujas águas as Nornas, deusas do destino, usavam para regar em
Asgard umas das raízes de Yggdrasil, o Freixo do Mundo.



VALHALLA: a morada dos guerreiros mortos recolhidos pelas Valquírias nos
campos de batalha. Wotan ordenou que dois gigantes (Fafner e Fasolt) a construíssem, prometendo-lhes em troca Freya, irmã de sua mulher e deusa da juventude.
VALQUÍRIAS: filhas de Wotan e de Erda, deusa subterrânea, eram deusas
guerreiras e tinham por função recolher os combatentes mortos e os levar para os salões do Valhalla. A mais famosa delas foi Brunhilde.
VANAHEIM: morada dos Vanes (ou Vanires), deuses de hierarquia menor, em
oposição aos Aesir, deuses superiores, liderados por Wotan.
VE: uma das duas divindades que surgiram junto com Wotan e que o ajudaram a
construir o mundo.
VILI: divindade irmã de Wotan e Ve, que ajudou-os a construir os diversos reinos do
mundo, como Midgard, terra dos mortais; e Asgard, a morada dos deuses.
WALSUNGS: denominação pela qual são conhecidos os descendentes de Wotan,
tais como os irmãos Sigmund e Sieglinde, pais de Siegfried.
WALTRAUTE: irmã de Brunhilde, uma das nove Valquírias, filhas de Wotan e Erda.
WELLGUNDE: uma das ninfas do Reno que protegiam o Ouro do Reno.
WELMWIGE: uma das nove Valquírias, deusas guerreiras, filhas de Wotan.
WERDANDI: uma das Nornas, deusas que presidem o destino. Era encarregada do presente.
WOGLINDE: umas das ninfas do Reno, que permitiram ao anão Alberich apossar-se do ouro que tinham por missão preservar.
WOTAN: deus supremo do panteão nórdico, mais conhecido pela denominação de
Odin. Era pai de Brunhilde e das demais Valquírias.
YGGDRASIL: o freixo gigante que recobre o mundo. Wotan retirou um de seus
galhos para fazer sua lança Gungnir.
YMIR: gigante primordial, surgido da junção das névoas geladas de Niflheim e do
calor da tórrida região de Musspell.

Este glossário pertence ao livro As melhores histórias da mitologia nórdica de A. S. Franchini e  Carmen Seganfredo


11 de outubro de 2012

A Criação


Primeiro, havia o Caos, que era o Nada do Mundo, e isto era tudo quando nele havia. Nem Céu, nem Mar, nem Terra – nada disto havia. Apenas três reinos coexistiam: o Ginnungagap (o Grande Vazio), abismo primitivo e vazio, situado entre Musspel (o Reino do Fogo) e Niflheim (a Terra da Neblina), terra da escuridão e das névoas geladas.
 Durante muitas eras, assim foi, até que as névoas começaram a subir lentamente das profundezas do Niflhiem e formaram no medonho abismo de Ginnungagap um gigantesco bloco de gelo.
Das alturas abominavelmente tórridas do Musspell, desceu um ar quente e este encontro do calor que descia com o frio que subia de Niflheim começou a provoca o  derretimento do imenso bloco de gelo. Após mais alguns milhares de eras – pois que o tempo, então, não se media pelos brevíssimos anos de nossos afobados calendários- o gelo foi derretendo e pingando e deixando entrever, sob a outrora gelada e espessa capa branca, a forma de um gigante. 

Ymir era o seu nome – e por ser uma criatura primitiva, dotada apenas de instintos, o maniqueísmo batizou-a logo de má. Ymir dormiu durante todas estas eras, enquanto o gelo que o recobria ia derretendo mansamente, gota à gota, até que, sob o efeito do calor escaldante de Musspel, que não cessava jamais de descer das alturas, eis que ele começou a suar. O suor que lhe escorria copiosamente do corpo uniu-se, assim, à água do gelo, que brotava de seus poderosos membros – e este suor vivificante deu origem aos primeiros seres vivos. Debaixo de seu braço surgiu um casal de gigantes e da união de suas pernas veio ao mundo outro ser da mesma espécie, chamado Thrudgelmir. Estes três gigantes foram as primeiras criaturas, que surgiram de Ymir; mais tarde, Thrudgelmir geraria Bergelmir, que daria origem à toda descendência dos gigantes.

 Entretanto, do gelo derretido também surgira, além das monstruosidades já citadas, uma prosaica vaca de nome Audhumla, de cujas tetas prodigiosas manavam quatro rios, que alimentavam o gigante Ymir. Audhumla nutria-se do gelo salgado, que lambia continuamente da superfície, e, deste gelo, surgiu ao primeiro dia o cabelo de um ser; no segundo, a sua cabela; e, finalmente no terceiro, o corpo inteiro. 


Esta criatura egressa do gelo chamou-se Buri e foi a progenitora dos deuses. Seu primeiro filho chamou-se Bor, e, desde que pai e filho se reconheceram, começaram a combater gigantes os gigantes, que nutriam por eles um ódio e um ciúme incontroláveis.

Esta foi a primeira guerra de que o universo teve notícia e incontáveis eras sucederam-se sem que ninguém adquirisse a supremacia. Finalmente, Bor casou-se com a giganta Bestla e, desta união, surgiram três notáveis deuses: Wotan (também chamado de Odin), Vili e Ve. 
Dos três, o mais importante é Wotan, que um dia chegará a ser o maior de todos os deuses. E, porque assim será, um dia, ele próprio disse a seus irmãos:
    - Unamo-nos a Bor e destruamos Ymir, o perverso pai dos gigantes!


Dos restos do cadáver do gigantesco Ymir, Wotan e seus irmãos moldaram a Midgard (Terra-Média); de sua carne, foi feita a terra; enquanto que, de seus ossos e dentes, fizeram-se as pedras e as montanhas. O sangue abundante de Ymir correu por toda a terra e deu origem ao grande rio que cerca o universo.

- Ponhamos, agora, a caveira de Ymir no céu – disse Wotan a seus irmãos, após haverem completado a primeira tarefa.

Wotan fez com que quatro anões mantivessem a caveira suspensa nos céus, cada qual colocado num dos pontos cardeais. Em seguida, das faíscas do fogo de Musspell, brotaram o sol, a lua e as estrelas; enquanto que, do cérebro do gigante, foram engendradas as nuvens, que recobrem o céu.

Entretanto, após terem remexido a carne do gigante, com a qual moldaram a terra, os três deuses descobriram nela um grande ninho de vermes. Wotan, penalizado destas criaturas, decidiu dar-lhes, então, uma outra morada, que não, o Midgard. Os seres subumanos, que pareciam um pouco mais turbulentos que os outros, foram chamados de Anões e receberam como morada as profundezas sombrias da terra (Svartalfheim). 





Os demais, que pareciam ter um modo mais nobre de proceder, foram chamados de Elfos e receberam como morada as regiões amenas de Alfheim.




















Completada a criação de Midgard, caminhavam, um dia, Wotan e seus irmãos sobre a terra para ver se tudo estava perfeito, quanto encontraram dois grandes pedaços de troncos caídos ao solo, próximos ao oceano. Wotan este observado-os longo tempo, até que, afinal, teve uma grande ideia:

- Irmãos, façamos de um destes troncos um homem e do outro, uma mulher!

E assim se fez: ele foi chamado de Ask (Freixo) e ela de, Embla (Olmo). Wotan lhes deu vida e o alento; Vili, a inteligência e os sentimentos; e Ve, os sentidos da visão e da audição. Este foi o primeiro casal,  que andou sobre a terra e originou todas as raças humanas que habitaram por sucessivas eras a Terra-Média.

Depois que Midgard e os homens estavam feito, Wotan decidiu que era preciso que os deuses tivessem também uma morada exclusiva para si:

- Façamos Asgard e que lá seja o lar dos deuses! Exclamou ele, que, como se vê, era um deus de energia e vontade inesgotáveis.

Este reino estava situado anima da elevada planície de Idawold, que flutuava muito acima da terra, impedindo que os mortais o observassem. Além disso, um rio cujas águas nunca congelavam – o Iffing – separava a planície do restante do universo. Mas, Wotan, sábio e poderoso como era, entendeu que não seria bom se jamais existisse um elo de ligação entre deuses e mortais. Por isso, determinou que fosse construída a ponte Bifrost (a ponte do Arco-Íris), feita da água, do fogo e do mar. Heimdall, um estranho deus nascido ao mesmo tempo de nove gigantes, ficaria encarregado, desde então, de vigiá-la noite e dia para que os mortais não a atravessassem livremente no rumo de Asgard. Para isso, ele portava uma grande trompa, que fazia soar todas as vezes que os deuses cruzavam a ponte.

A morada dos deuses possuía várias residências, as quais foram sendo ocupadas pelos deuses à medida que ima surgindo. O palácio de Wotan, o mais importante de todos, era chamado de Gladsheim. Ali, o deus supremo tinha instalado o seu trono mágico, Hlidskialf, de onde podia observar tudo o que se passava nos Nove Mundos e receber de seus dois corvos, Hugin (Pensamento) e Munim (Memória), as informações trazidas das mais remotas regiões do universo. 

Entretanto, se na mais alta das regiões estava situado o paraíso daquele soberbo universo, nas profundezas da terra, muito abaixo de Midgard, estava o Niflheim, o horrível e gelado reino dos mortos. Lá pontificava a sinistra deusa Hel, filha de Loki, que se regozija com a fome, a velhice e a doença, e que tem ao lado a serpente Nidhogg. Esta se alimenta de cadáveres dos mortos e se dedica a roer continuamente uma das raízes da grande árvore Yggdrasil, um freixo gigantesco que se eleva por cima do mundo e deita suas raízes nos diversos reinos, entre os quais, o próprio Asgard. 

Ao volto da copa frondosa desta imensa árvore, sobrevoa uma gigantesca agia que vive em guerra aberta contra a serpente Nidhogg. Um pequeno esquilo – Ratatosk -, que passa a vida a correr desde o alto da Árvore da Vida até as profundezas onde está a terrível serpente, é o leva e traz dos insultos que estas duas criaturas se comprazem em trocar sem jamais esgotar seu infinito estoque de injúrias.

Nesta árvore fundamental, dia a lenda que o próprio Wotan esteve pendurado durante nove longas noites, com uma lança atravessada ao peito, para que pudesse aprender o significado oculto das Runas, o alfabeto nórdico, que rege e governa a vida dos deuses e dos homens. Quando seu martírio terminou, Wotan havia se tornado, definitivamente, o mais poderoso e sábio dos deuses, tendo o poder de curar doenças e derrotas os inimigos com sua poderosa lança, Gungnir – ao mesmo tempo, sua mais poderosa arma e local de registro de todos os seus acordos.

Yggdrasil é o centro do mundo, e, enquanto suas raízes continuarem a suportar o peso de seu prodigioso tronco e de seus ramos infinitos, o mundo estará firme e a vida será soberana, sob os auspícios de Wotan, senhor dos deuses.


As melhores histórias da Mitologia Nórdica
A. S. Franchini / Carmen Seganfredo


6 de outubro de 2012

Mitologia Nórdica


A Mitologia Nórdica diz respeito aos povos que habitaram, nos tempos pré-cristãos, os atuais países escandinavos (Noruega, Suécia e Dinamarca), além da gélida Islândia. Este conjunto de mitos também teve especial desenvolvimento na Alemanha, que foi grande divulgadora da riquíssima cultura dos nórdicos.







No século XIII (cerca de trezentos anos após a conversão da Islândia ao cristianismo), o islandês Snorri Sturluson (1179-1241) codificou grande parte destes mitos no livro Edda em Prosa. Nesta obra, o poeta e historiador islandês registrou algumas das principais lendas relativas aos deuses e heróis dos tempos pagãos que recolheu em suas andanças por todo o país. 







Jamais saberemos, no entanto, até que ponto a versão original destas histórias tinha mesmo uma conotação ou até onde houve a intenção (deliberada, ou não) do cristão Sturluson de tentar ridicularizar os antigos deuses do paganismo.De qualquer forma, são justamente estas as histórias mais interessantes e representativas da riquíssima mitologia nórdica.





1 de outubro de 2012

Oktober!

Chegamos a mais um mês, Outubro lembra-te o que? 
Outubro lembra-me Oktoberfest!!!
Mas, enquanto este sonho não se realiza, vamos aproveitar esta nossa brasileira primavera.
Prometo dedicar-me mais ao blog, acho que ele está um pouco abandonadinho e não é falta de tempo e sim de organizar o tempo. Setembro passou, porém deixou suas marcas por ter tido muitas provas. Vida de estudante, não é? O que será de nós quando terminarmos essa etapa da vida? Estamos pensando exatamente nisto agora. O que fazer quando crescer?
Dúvidas!Dúvidas...
Este mês quero escrever mais aqui no blog, mais sobre a Fazenda Esperança onde estou gostando muito de fazer o trabalho voluntário, mais sobre livros, escola, amigos e principalmente coisas que gosto muito.
Desejo a você querido Jonathan um ótimo mês!!! 
Não se deixe levar com as marcas de Setembro, vamos inovar!!!
Afinal, lembre-se falta pouco tempo para as férias...

E para terminar uma imagem que achei no facebook algum tempo atrás...


Eu não preciso de nenhum dinheiro, mas um sorriso ou um abraço fazeriam-me muito feliz.