Alexandre Magno foi quem conseguiu a derradeira e decisiva vitória sobre os persas, ele uniu o Egito e todo o Oriente, até a Índia à civilização grega.
Surgiu assim uma comunidade internacional, na qual a cultura e a língua gregas desempenharam papel preponderante.
Este período chamado de Helenismo durou cerca de 300 anos, foi marcado pelo desaparecimento das fronteiras entre os diferentes países e culturas.
Cínicos
A filosofia cínica foi fundada em Atenas por Antístenes - um discípulo de Sócrates - por volta de 400 a.C.
Os cínicos diziam que a verdadeira felicidade não depende de fatores externos como o luxo, o poder político e a boa saúde. Para eles, a verdadeira felicidade consistia em se libertar dessas coisas casuais e efêmeras. E justamente porque a felicidade não estava nessas coisas ela podia ser alcançada por todos. E, uma vez alcançada não podia mais ser perdida.
A propósito, o que é felicidade?
Diógenes, o cínico vivia "como um cão"
O cínico mais importante foi Diógenes, discípulo de Antístenes. Esta figura tão peculiar da filosofia perambulava entre as pessoas com uma lamparina acesa, mesmo de dia, dizia estar a procura de um homem. Um homem que vivesse a sua essência superando as exterioridades exigidas pelas convenções sociais como comportamento, dinheiro, luxo ou conforto. Ele buscava um homem que tivesse encontrado a sua verdadeira natureza, que vivesse conforme ela e que fosse feliz.
Diógenes expressou sua filosofia e seu modo de vida de uma forma bastante radical, tendo como pensamentos:
- Busco um homem honesto.
- Elogiar a si mesmo desagrada a todos.
(Você gosta de conversar com algum egoísta?)
- O amor é uma ocupação de quem não tem o que fazer.
(O amor é uma flor roxa que só nasce no coração de um trouxa!)
- O insulto ofende a quem o faz e não a quem o recebe.
(Considero esta a máxima do pensamento de Dio)
- A sabedoria serve para reprimir os jovens, para consolar os velhos, para enriquecer os pobres e para enfeitar os ricos.
- A liberdade para falar é a coisa mais bela para um homem.
(Liberdade de expressão, algo que sempre foi buscado mas ainda é pouco aproveitado.)
-Um filósofo só serve para machucar os sentimentos de alguém.
(Afinal, se é apenas quando se fere aprende...)
- O tempo é o espelho da eternidade.
(Tempo, tempo, tempo, tempo...)
- Sou uma criatura do mundo.
(Cosmopolita)
Conta-se que um dia estava sentado ao sol junto do seu barril, recebeu a visita de Alexandre Magno, Alexandre aproximou-se e perguntou-lhe se ele tinha algum desejo e disse-lhe que, caso tivesse, seu desejo seria imediatamente satisfeito. Diógenes respondeu: “Sim, desejo que te afastes da frente do meu Sol".
Com isto Diógenes mostrou que era mais rico e ais feliz que o grande conquistador. Ele tinha tudo o que desejava.

Hoje quando empregamos as palavras "cínico" e "cinismo" estamos nos referindo, na maioria das vezes, a apenas este aspecto: o da imprudência, da insensibilidade ao sentir e ao sofrer dos outros.
Estoicos
A filosofia estoica surgiu em Atenas por volta de 300 a.C. seu fundador foi Zenão.
Ele reunia seus ouvintes debaixo de um pórtico, que é derivado da palavra grega stoa.
Pórtico de Atallos em Atenas
Os estoicos, assim como Heráclito, diziam que todas as pessoas eram parte de uma mesma razão universal, ou "logos", Eles consideravam cada pessoa um mundo em miniatura, um "microcosmo" que era reflexo do "macrocosmo".
Isto levou à ideia de um direito universalmente válido, o assim chamado direito natural, que baseia-se na razão atemporal do homem e, por isso não se modifica no tempo e no espaço.
O direito natural vale para todas as pessoas, inclusive para os escravos. Para os estoicos, as legislações dos diferentes Estados não passavam de imitações imperfeitas de um direito cujas bases estavam na própria natureza.
O estoicismo teve grande importância para a cultura romana, alguns dos célebres estoicos durante esse período foram:
Na ordem: o imperador romano Marco Aurélio, o orador, filósofo e político Cícero e Sêneca.
Este último escreveu que "para a humanidade, a humanidade é sagrada".
Esta afirmação ficou para a posterioridade como uma espécie de slogan do humanismo.
Lemas Estoicos
- Todos os processos naturais são rígidos pelas constantes leis da natureza.
- Nada acontece por acaso.
- Tudo acontece porque tem de acontecer e de nada adianta alguém lamentar a sorte quando o destino bate à sua porta.
- As coisas felizes devem ser aceitas pelo homem com grande tranquilidade.
Hoje quando falamos em uma "tranquilidade estoica" nos referimos a uma pessoa que não se deixa inflamar por seu sentimentos.
Epicureus
Por volta de 300 a.C. Epicuro (341-270 a.C.) fundou em Atenas a escola filosófica dos epicureus, onde desenvolveu ainda mais a ética do prazer de Aristipo (discípulo de Sócrates) combinando-a com a teoria do átomo de Demócrito.
A ética do prazer de Aristipo dizia que o prazer era o bem supremo, e a dor, o mal supremo. Para ele, o objetivo da vida seria obter dos sentidos o máximo possível de satisfação.
O objetivo maior de Epicuro era desenvolver uma filosofia de vida capaz de afastar toda e qualquer forma de dor e sofrimento.
O objetivo dos estoicos era suportar todas as formas de dor, isto é algo completamente diferente de fazer todo o esforço para tirar do caminho a dor.
Conta-se que os epicureus reuniam-se num jardim. Por esta razão também eram chamados de "filósofos do jardim",
Ensinamentos de Epicuro
- O resultado prazeroso de uma ação sempre deve ser ponderado em relação a seus eventuais efeitos colaterais.
- O resultado prazeroso de curto prazo deve ser ponderado em relação a um prazer maior, mais duradouro e mais intenso, a ser obtido a longo prazo.
Epicuro fazia questão de enfatizar que "prazer não significa necessariamente satisfação dos sentidos." A amizade ou sensação vivenciada ao se admirar uma obra de arte também podem ser muito prazerosas.
Além disso, outros pressupostos para o prazer da vida são os velhos ideias gregos do autocontrole, da temperança e da serenidade.
Epicuro retomou a teoria de Demócrito os "átomos da alma", para viver uma boa vida é importante libertar do medo da morte.
"Por que ter medo da morte?", perguntava Epicuro. "Enquanto somos, a morte não existe, e quando ela passa a existir, nós deixamos de ser."
O próprio Epicuro resumia sua filosofia libertadora naquilo que ele chamava de quatro remédios:
Não precisamos temer os deuses. Não precisamos nos preocupar com a morte. É fácil alcançar o bem. É fácil suportar o que nos amedronta.
Contrariamente aos estoicos, os epicureus quase não se interessavam pela política e pela sociedade. "Vive em reclusão!" era o conselho de Epicuro. Talvez possamos comparar o seu jardim com as comunidades de nossos dias. Nesta época em que vivemos, muitas pessoas buscam uma ilha, um "porto seguro" em meio ao turbilhão da sociedade.
Depois de Epicuro, muitos epicureus evoluíram sua reflexão no sentido de uma busca unilateral do prazer. Sua palavra de ordem era: "Viver o momento!". A palavra "epicurista" é frequentemente usada em nossos dias de forma pejorativa, para designar alguém que só vive pelo prazer.
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